Animais de ‘raça’

Trechos dos artigos do biólogo Sérgio Greif

Você faz questão de um cão de raça? Pense duas vezes…

É bastante comum que na busca pela companhia de animais utilizemos critérios raciais como determinante de escolha. Isso não acontece à toa, vamos à livraria para pesquisar sobre cães e os livros nos dizem qual raça é boa para apartamento, qual raça é boa para se ter com crianças, qual raça fornece bons cães de guarda…

Existem mais de 500 doenças genéticas conhecidas nos cães, todas elas associadas à baixa variabilidade genética existente dentro das raças. Raças como os poodles apresentam diversas doenças endócrinas, tumores de mama, hidrocefalia, epilepsia e outras doenças. Cockers manifestam grande incidência de cataratas, glaucomas e doenças da retina, doenças dos rins e displasia coxo-femural.

Uma pessoa que realmente deseja ter um cão como amigo, e não como um produto, uma mercadoria, não faz distinção entre um cão de raça e um cão sem raça definida. Os cães são sinceros em sua amizade para conosco, eles não fazem julgamentos se somos brancos ou negros, altos ou baixos, milionários ou mendigos, perfeitos ou deficientes, cabeludos ou carecas… eles nos aceitam como somos porque seu amor é desinteressado.

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Assista também ao vídeo “Segredos do Pedigree”, documentário sobre a criação dos cães de raça e o danos causados aos animais neste tipo de exploração (cenas fortes).

Gatos? Claro… mas por que de raça?

Existem mais de 150 doenças genéticas conhecidas nos gatos, todas elas associadas a genes recessivos que se manifestam com maior facilidade em animais com baixa variabilidade genética.

Gatos persas, também bastante populares, sofrem de uma variedade de problemas de saúde, muitos deles de origem genética tais como manosidose, seborréia, doença renal policística (PKD), síndrome de Chediak-Higashi, anquilobléfaro congênito, entrópio, epífora congênita, glaucoma primário, pseudocistos periféricos, luxação patelar, displasia na bacia, sequestro de córnea, atrofia retinal progressiva, distócia e gengivite hiperplásica juvenil, entre outras doenças.

A única explicação para que as pessoas tenham tal preocupação em preservar genes raros e muitas vezes deletérios em populações animais é que a preocupação nunca é de fato com o bem do animal.

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