Animais são fumantes passivos e podem ter câncer e outras doenças

Animais são fumantes passivos e podem ter câncer e outras doenças
Assim como os humanos, animais também sofrem com os malefícios do cigarro (Foto: Shutterstock)

Se você é fumante e tem animais de estimação, deve ficar atento à saúde do animal. Isso porque uma pesquisa da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, identificou altos níveis de nicotina em pelos e penas de cães, gatos e pássaros de casas com fumantes e sugere que o risco de doenças em animais, causadas pelo fumo passivo, é mais alto do que em humanos.

No estudo, foram recrutados 40 cães, metade deles de lares com fumantes, e amostras de pelos foram analisadas para saber o nível de nicotina, enquanto os donos preencheram questionários detalhando a frequência com que eles e seus visitantes fumam em casa.

O mesmo foi feito com 60 gatos de estimação, com atenção especial para uma possível ligação entre fumo passivo e o linfoma felino, um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos desses animais.

Os pesquisadores tiveram de levar em conta, também, as diferenças entre o comportamento de cães e gatos, destacando que felinos andam mais livremente e podem se expor ainda mais à fumaça de outras casas ou quando estão próximos de bares e locais onde há muitos fumantes.

O levantamento concluiu que, além dos animais inalarem mais fumaça, têm uma rotina de limpeza que implica maior ingestão de nicotina no momento em que os bichos estão limpando os pelos e as penas. Os efeitos do fumo passivo em cães, por exemplo, podem ser câncer de pulmão ou de cavidade nasal e seios paranasais. Já os gatos podem desenvolver linfoma e pássaros, coelhos e porquinhos-da-índia têm forte tendência a sofrer com doenças de pele e problemas respiratórios.

Animais também inalam a fumaça do cigarro e podem ter câncer (Foto: Shutterstock)
Animais também inalam a fumaça do cigarro e podem ter câncer (Foto: Shutterstock)

A veterinária Cristiane Ferreira de Santana explica que, normalmente, as principais doenças desenvolvidas por conta do cigarro são alérgicas, como rinite, traqueíte e bronquite. Entretanto, podem desenvolver também enfermidades mais sérias, como carcinoma pulmonar e cardiopatia secundária.

Ela ressalta que é muito comum encontrar animais com conjuntivite, olho inflamado, aumento na produção de lágrimas, espirros e secreção nasal, como se fosse uma água. “Geralmente, quando estamos fazendo o diagnóstico do animal, descobrimos que os tutores são fumantes. É importante que o proprietário entenda que, mesmo a gente tratando a doença, se eles não pararem de fumar perto, o animal vai ter reincidência dos sintomas”.

Coma

Cristiane alerta inclusive que os donos de animais não devem deixar o cigarro em cinzeiros ou próximos dos bichinhos, porque há um risco grande do animal ingerir o tabaco. “Há muitos casos em que o animal chega em coma na clínica por conta da intoxicação por nicotina. Ele fica em um estado anestesiado, sem resposta. É muito grave e mata. Isso acontece muito com filhotes”.

Para a especialista, o ideal é que as pessoas não fumem ou que fiquem longe do bichinho quando estiverem com o cigarro. “Sempre falo para os donos pararem de fumar, porque faz mal para a saúde deles também, mas como isso nunca acontece, a dica é não expor o animal à fumaça e procurar um local arejado”.

Por Mariana Fernandes

Fonte: A Tribuna

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