Associação que resgata animais abandonados pede ajuda para manter portas abertas em Porto Alegre, RS

Associação que resgata animais abandonados pede ajuda para manter portas abertas em Porto Alegre, RS
Associação Patas Dadas resgata animais de rua em Porto Alegre. — Foto: Cusco Pics

Uma associação sem fins lucrativos que resgata animais abandonados em Porto Alegre está pedindo ajuda para manter as portas abertas. Há dez anos, o trabalho realizado pelos voluntários do projeto Patas Dadas é viabilizado por meio de doações e feiras com comercialização de produtos.

Os últimos meses, no entanto, foram atípicos para a associação. A alta demanda de resgate superlotou o canil. Além disso, alguns cães estavam em situação tão grave, que precisaram passar por procedimentos de alto custo.

Um único cãozinho com um tumor, o Hilbert, deixou o projeto com uma dívida de R$10 mil na clínica veterinária. Ele precisou passar por exames, cirurgia e cuidados pós-cirúrgicos.

Agora, para voltar a equilibrar o caixa, a ONG precisa arrecadar, pelo menos, R$ 20 mil (saiba como ajudar abaixo). A situação motivou uma postagem na página do projeto no Facebook, que já conta com quase três mil compartilhamentos. Se o valor for arrecadado, e as adoções, encaminhadas, o Patas Dadas dará sequência ao trabalho.

“A gente conta com a força dos nossos seguidores, que conhecem o projeto e confiam no nosso trabalho”, apela o voluntário Gabriel Lima Simões. 

“O pessoal que conhece o Patas sabe que quando a gente faz anúncios desse tipo, é porque a situação está realmente complicada e nos ajuda”, completa.

Cães resgatados pela associação recebem cuidados e são encaminhados para adoção. — Foto: Divulgação/Patas Dadas

Gabriel conta que conheceu o Patas Dadas há cinco anos através de sua namorada, estudante de veterinária.

“Ela começou a buscar na época do vestibular, conheceu o Patas. Fui junto, fiquei com ela, acabei indo na segunda semana, na terceira semana e virei voluntário”, lembra ele, que estuda engenharia.

O casal faz parte de um grupo de mais de 50 voluntários dispostos a doar seu tempo à causa. Cada um ajuda como pode.

Alguns são veterinários, que avaliam a condição de saúde do animal, outros colaboram supervisionando o canil e alimentando os cães, tem aqueles que oferecem transporte até uma clínica, quando necessário, e ainda há voluntários responsáveis pelas redes sociais e eventos.

Dez anos de história

Adotantes precisam responder a um questionário com 50 perguntas. — Foto: Cusco Pics

Em 2019, o Patas Dadas completa 10 anos. Durante esse tempo, já resgatou mais de mil animais e encaminhou 950 para adoção. O objetivo do projeto é diminuir o número de animais abandonados e conscientizar a população sobre a importância da adoção responsável.

A associação conta com um canil, com aproximadamente 50 baias, que fica na Zona Leste da Capital. O endereço não é divulgado para evitar que as pessoas deixem cães e gatos em frente ao local, mas quem desejar conhecer o trabalho de perto pode agendar uma visita.

Segundo Gabriel, os bichos são resgatados da rua, na região de atuação do projeto, e passam por uma triagem. Aqueles que precisam recebem os devidos cuidados e, somente depois de recuperados, são anunciados para adoção nas redes sociais do projeto. Cada cão ganha um perfil próprio no Instagram.

Página do projeto divulga fotos dos cães no Instagram. — Foto: Cusco Pics

“Tem cães resgatados, mas que não são presos no canil. A gente faz um julgamento, se ele está bem de saúde, a gente tem pontos espalhados de ração e água ao redor do canil, que a gente deixa para eles. Não faz sentido ocupar uma vaga com um animal saudável”, justifica.

Todos são castrados, com exceção dos filhotes. Aqueles que adotam um filhote precisam assinar um termo de compromisso de castração.

A maioria dos interessados em oferecer um lar aos bichinhos faz contato via e-mail ([email protected]). O voluntário reforça que um questionário com 50 perguntas precisa ser respondido. A medida foi adotada para evitar devoluções, o que, ainda assim, ocorre eventualmente, segundo a ONG.

“Na maioria das vezes, é um adotante que não entendeu o animal, que é um animal resgatado, de rua, que vem com traumas”, explica Gabriel.

“Não é um favor tu adotar um animal nosso, é um gesto de responsabilidade. A gente não quer se livrar dos nosso animais, pelo contrário”, ressalta o voluntário.

Como ajudar?

Patas Dadas busca conscientizar população sobre adoção responsável. — Foto: Cusco Pics

A associação reforça que qualquer ajuda é bem-vinda. Quem quiser colaborar para a causa deve fazer contato pelo e-mail [email protected] ou pelos sites de redes sociais do projeto. Os mesmos canais podem ser procurados por quem tem interesse em se tornar voluntário.

No site da ONG, também é possível apadrinhar um animal. Basta escolher um deles e pagar o custo da sua alimentação, vacina ou castração. O padrinho, então, doa o valor que é gasto com seu afilhado.

Por Joyce Heurich e Carolina Cattaneo

Fonte: G1