Bichos resgatados por ONG ganham book em Cuiabá (MT) e ‘sonham’ com adoção – veja

Bichos resgatados por ONG ganham book em Cuiabá (MT) e ‘sonham’ com adoção – veja
Animais resgatados e aptos a serem adotados - Gostou deste? Foto: Vinicius Appolari

Sem compreender a maldade que há no mundo, eles estão por toda parte, andam pelas ruas, deitados no meio-fio ou com aquele olhar pidão para alimento, carinho ou um pouco de atenção. Alguns têm sorte de ter uma família, outros seguem entre os mais de 30 milhões de animais abandonados no Brasil. Dados estimados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nos últimos anos.

Para tentar ir na contramão do abandono e descaso público ou social com os seres de quatro patas, alguns órgãos sociais sem fins lucrativos, protetores dos animais, junto a voluntários cuidam dos bichos e auxiliam no processo de adoção dos que foram resgatados das ruas ou deixados a míngua por seus antigos tutores. Ciente dessa realidade, uma turma de fotojornalismo da Universidade de Cuiabá, entre professores e alunos, se dispôs a criar um book fotográfico para sensibilizar quem pode incluir mais um membro da família no lar, conhecendo os animais com poses dóceis e inusitadas, mas por uma perspectiva sensível que derreteria até mesmo o coração da Cruela de 101 Dálmatas.

Fotógrafo Rogério Florentino é um dos idealizadores do projeto solidário.

Cada auau e miaumiau um flash

O ensaio durou cerca de três horas entre 20 modelos espevitados, com características singulares e bastante saudáveis. O local escolhido foi a sede da Ong “CãoCuidado Cãoamor”, fundada pela protetora Ângela Furtado no bairro Goiabeiras.

Os idealizadores do feito foram Rogério Florentino e Vinicius Appolari, que garantem que a aula de campo foi prazerosa e com um propósito social importante. “Ela colabora, neste caso específico, no sentido de sensibilizar as pessoas quanto à existência da disponibilidade dos animais para adoção, bem como das necessidades que a ONG enfrenta. Promove uma aproximação do público em geral com os animais”, acredita Florentino.

Para o professor e fortojornalista a foto mais elaborada do bichinho mostra os animais de maneira mais atraente, e busca retirar o estigma que eles carregam por serem abandonados ou resgatados. Rogério também argumenta que aguçar a criatividade e senso crítico dos alunos com esse tipo de aula de campo influenciará nos profissionais que irão se formar. “Se sentem compelidos a continuar fazendo trabalhos deste tipo pois a recompensa emocional é insubstituível”, pontua.

Esse é o pessoal da ONG “CãoCuidado Cãoamor”, fundada pela protetora Ângela Furtado no Goiabeiras, entidade escolhida pelos idealizadores do projeto

Precisam de um lar

Ao todo são 190 gatos e 80 cães instalados no local, mas que atua com outros protetores de animais, além de pessoas aleatórias que vez ou outra doam tempo, força para limpar, produtos de limpeza, tratamento veterinário, medicamento, ração ou pedaços de carne para serem triturados e oferecidos aos bichos. Para manutenção e pagamento do prédio, que foi adquirido através de um financiamento, é uma média de R$ 4 mil por mês.

Maria é uma das voluntárias da ONG.

Além dos animais saudáveis, alguns ainda têm doenças graves como câncer, e outros ficaram cegos e deficientes físicos, vítimas de maus-tratos. O trabalho de algumas pessoas tem sido importante para as boas ações continuarem acontecendo, mas é um trabalho freqüente. Maria Silva, aposentada, é uma das voluntarias do abrigo que recebeu os professores e alunos de fotografia.

Maria conta que nasceu no interior, e por isso, nunca entendeu ou aceitou atrocidades contra os animais. Hoje, se considera uma apaixonada pela causa. “Todas as vezes que acontece esse tipo de divulgação, as pessoas se conscientizam e passam a enxergá-los diferente e repensar suas atitudes, alguns viram voluntários, mas aumenta muito o número de adoção”, ressalta.

A voluntária ainda lembra que houve um período que os pets estavam comendo pé e pescoço de galinha, por pura falta de outros tipos de alimentos. Ano passado, segundo a protetora, não foi pior por conta dos proprietários de alguns frigoríficos que nos forneceram totalmente de graça peças de pulmão bovino, semanalmente, pra cozinhar, triturar e servir como refeições.

Ela, assim como outras pessoas, também ajuda na limpeza dos abrigos, arrecadação de ração, remédios e outras necessidades básicas, mas toda ajuda ainda é pouca próxima as necessidades. “Conseguir profissionais veterinários que nos atendam de graça ou cobrem um preço acessível que possamos pagar é um desafio. Também auxilio com carona solidária e resgates de animais em condições de vulnerabilidades”, descreve.

Para quem quiser ajudar de alguma forma ou adotar um animal, pode entrar em contato pelos whatsapp ou redes sociais.

VOLUNTARIADO E ADOÇÕES
ONG Cão Cuidado, Cão Amor
Contatos:  (65) 9 9962-2955 falar com Angela Furtado e 065 99605-6559 falar Vanessa Pinho

Foto: Rogério Florentino
Foto: Rogério Florentino
Foto: Vinicius Appolari
Foto: Vinicius Appolari
Foto: Vinicius Appolari
Foto: Vinicius Appolari
Foto: Vinicius Appolari

Por Mirella Duarte

Fonte: RD News

Os comentários abaixo não expressam a opinião da ONG Olhar Animal e são de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.