Construção de centro de zoonoses de Cotia (SP) ficou na promessa e ruas estão cheias de cães abandonados

Construção de centro de zoonoses de Cotia (SP) ficou na promessa e ruas estão cheias de cães abandonados

O número de cães abandonados nas ruas de Cotia sobe todo ano e nada é feito por parte da Prefeitura. A situação poderia ser diferente, se o prometido Centro de Zoonoses tivesse sido construído.

Desde 2010 que a Prefeitura vem sendo questionada, inclusive pelo Ministério Público para dar uma solução para esses cachorros, que, principalmente na região central da cidade, se multiplicam.

O MP obrigou em 2008 (veja abaixo) o prefeito Carlão Camargo a assinar um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta, se comprometendo a solucionar esta questão, recolhendo os cães, tendo que vacinar e castrar os bichos e os colocar em campanhas de adoção.

A Prefeitura se comprometeu então a construir um Centro de Zoonoses, em um terreno no Jardim Honório, bairro que fica um quilômetro depois do CT do São Paulo FC. Um Decreto publicado em janeiro de 2013 dava como certa essa construção, em uma área de cerca de 6.800 m², onde os animais seriam levados, receberiam todos os cuidados necessários e colocados para adoção.

Os anos passaram e o TAC não foi cumprido. Os animais continuam se multiplicando nas ruas e ainda colocando pessoas em risco. Muitos relatos já chegaram em nossa redação de cães que atacam pedestres, ciclistas e motoqueiros.

Atualmente a Prefeitura tem feito trabalhos de conscientização sobre a guarda responsável, realizando campanhas de vacinação contra raiva e mutirão de castração, sendo que em 2018, mais de 3 mil cães e gatos passaram por esse tipo de cirurgia, mas todos animais domésticos, ou seja, que tem donos.

Não se vê nenhuma ação de recolhe dos animais que estão pelas ruas. Muitos deles estão doentes, machucados e sem cuidados médicos. Há mais de um ano o Jornal Cotia Agora mostrou a triste situação de um cão idoso que teve a orelha decepada e estava com muitos bichos em sua pele e vivia próximo à feira livre de domingo, no Jardim Nomura. Com o tempo, morreu na rua.

ONGs e pessoas que defendem os direitos dos animais acabam cuidando de alguns desses bichos, com comida e até adoção. Muitas delas não comportam mais recolher e cuidar dos bichinhos, pois a verba é reduzida e sem apoio do Poder Público, ficam com seus trabalhos limitados.

Mas, a realidade está fora de ser solucionada e se não houver uma ação mais extrema, a população de cães nas ruas de Cotia chegará a uma situação irreversível semelhante a grandes cidades, como na Capital.

Decisão da Justiça em 2008 que obrigou município a tomar providências.

Por Sam Ávila

Fonte: Cotia Agora 

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