Corpo de peixe-boi é encontrado após dois dias de busca em Pau Amarelo, em PE
Após dois dias de busca na praia de Pau Amarelo, no Grande Recife, a equipe do Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Nordeste (Cepene) localizou o corpo do filhote de peixe-boi-marinho (Trichechus manatus). Ele estava em meio à faixa de areia, na altura do residencial Antilhas e apresentava sangue próximo ao focinho. O animal foi levado à base do Cepene, em Itamaracá, Litoral Norte.
Porém, devido ao estado avançado de decomposição, não será possível coletar materiais de necropsia para determinar a causa da morte. Serão colhidas apenas amostras na tentativa de fazer análises genéticas do animal, assim como procurar algum sinal que elucide o que pode ter ocorrido. Além disso, serão realizadas as medidas de biometria do mamífero. Conforme noticiado pela Folha de Pernambuco, o animal tinha sido visto por banhistas agonizando no último domingo.
A veterinária do Cepene que fez a ocorrência, Fernanda Attademo, salientou que este é o primeiro filhote de peixe-boi registrado na região. “A área era tida como sem ocorrência (para filhotes), mas os animais reintroduzidos em Alagoas têm frequentado essa área. Isso reforça a importância da região na conservação da espécie e também uma possível reconexão das populações existentes mais ao sul”, observa.
Por conta disso, o Cepene irá fazer atividades de educação ambiental junto a banhistas e moradores locais a fim de reforçar que, caso encontrem esses mamíferos, não é para tocá-los, não retirar da água nem alimentá-los. “E se apresentar alguma anormalidade ou ferimentos, é para ligar imediatamente para a nossa equipe”, reforçou o coordenador do Cepene, Leonardo Messias. Os telefones de contato são (81) 3676.1166, 3976.1109 ou 99189.8984.
Despreparo
No domingo (7), quando o animal foi visto agonizando, um leitor informou por meio do WhatsApp do FolhaPE (81-98187.9290) que procurou o Corpo de Bombeiros e a Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), que não encaminharam nenhum efetivo. Um reflexo, na avaliação de Messias, que falta sensibilidade desses órgãos em dar o encaminhamento correto.
“É de interesse de toda a sociedade. Não é ligar para os Bombeiros, por exemplo, e eles dizerem que não é com eles e ficar por isso mesmo. Se não tem equipe para mandar, liga para o Cepene, que lida diretamente com esses casos”, queixou-se. Um trabalho de conscientização, afirmou o gestor, já foi feito com as secretarias municipais, Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar a fim de esclarece-los sobre quais orientações seguir quando se depararem com ocorrências do tipo. “Pelo visto, vamos ter que fazer de novo porque o despreparo é muito grande ainda, infelizmente”, critica.
Por Priscilla Costa