Em praias de Alagoas, 13 animais marinhos são achados mortos durante o Carnaval

Em praias de Alagoas, 13 animais marinhos são achados mortos durante o Carnaval
Tartarugas e golfinho foram encontrados encalhados no litoral (Foto: Divulgação)

Entre os dias 24 a 28 de fevereiro, período carnavalesco, foram reportadas 13 mortes de animais marinhos nas praias de Alagoas. Tartarugas e um golfinho foram encontrados na costa.

No mesmo período do ano passado 5 encalhes foram registrados. O Instituto Biota de Conservação chama a atenção para o crescimento nos casos, que acontecem principalmente na região metropolitana.

Desde o início do ano, o Instituto Biota, responsável pela coleta dos dados, já registrou 47 encalhes. Segundo a entidade, as regiões que concentram as ocorrências são as localidades do Francês, Barra de Santo Antônio, Paripueira e Maceió.

O biólogo responsável pelo instituto, Bruno Stefanis, explica que apesar do aumento expressivo nos casos não é possível determinar a causa. Durante todo ano passado foram 215 ocorrências. Para ele, se continuar neste ritmo, Alagoas terá um crescimento acentuado no número de encalhes de animais marinhos.

“A gente não tem como saber ainda as causas, só com o tempo da pesquisa vamos poder fazer uma média, porque também temos os casos informados pelo aplicativo. A gente considera que o aumento de registros está associado a quantidade de pessoas que estão nas praias, o que gera aumento de demanda por pescados. Ou se a população está nos acessando mais”, diz.

A pesquisa mencionada é a apuração dos dados obtidos pelo aplicativo do Instituto, o Biota Mar. Nele a população pode informar a existência de animais encalhados na costa ou de violações ambientais. Das 13 mortes registradas no Carnaval, sete foram informadas por meio do aplicativo.

“Dever de fiscalizar é dos órgãos públicos”

Ainda segundo o biólogo, o intenso fluxo de pescadores nos períodos de maior movimento nos balneários, como é o caso do Carnaval, prejudica a vida marinha.

“São animais atingidos por redes de pesca, casos de atropelamentos por embarcações, animais sendo fisgados. São tartarugas-verde, cabeçudas e também casos de golfinhos. Um golfinho foi achado na Lagoa Mundaú na madrugada do dia 26 para o dia 27, mas a corrente jogou ele na prainha em Marechal”, destaca.

A identificação dos responsáveis e possíveis autuações são de responsabilidade dos órgãos de fiscalização, garante Stefanis. Segundo ele, o Biota não tem poder de fiscalização e trabalha em parceria com os órgãos públicos.

“A gente gera esses dados para subsidiar o poder público para que eles possam traçar medidas para conservar os animais. Onde a gente tem muita ocorrência de tartaruga morta a gente chama atenção do poder público e eles têm que investigar, porque nós não somos instituição de fiscalização e sim de pesquisa, não compete a gente fiscalizar, isso cabe ao poder público”, destaca.

Após a coleta de dados, cabe ao Instituto do Meio Ambiente (IMA), Batalhão de Polícia Ambiental, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fiscalizarem e autuarem as irregularidades encontradas que estejam prejudicando os animais marinhos.

Por Evellyn Pimentel

Fonte: Tribuna Hoje 

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