Empresas popularizam clonagem de cães farejadores e causam sofrimento na Coreia do Sul

Empresas popularizam clonagem de cães farejadores e causam sofrimento na Coreia do Sul
Cachorros clonados na Sooam Biotech Research, em Seul, na Coreia do Sul - JUNG YEON-JE / AFP

De acordo com o correspondente da RFI em Seul, na Coreia do Sul, os clones são um ganho de tempo para os adestradores, que sabem com antecedência que os cães vão exercer suas tarefas corretamente e mesmo praticar atos heroicos. Um exemplo é Quinn, um pastor alemão famoso no país que, há 12 anos, encontrou o cadáver de uma menina que havia sido assassinada. Desde então, Quinn foi copiado e hoje existem vários de seus “exemplares”.

Essas práticas, entretanto, são condenadas pelas associações de defesa dos animais. Elas criticam principalmente a maneira como os cachorros são tratados na aposentadoria. Um deles, um Beagle chamado Mei, morreu em fevereiro, magro e ferido, depois de ter trabalhado quase cinco anos no aeroporto de Incheon e ser entregue a um laboratório da Universidade Nacional de Seul. A ONG Beagle Rescue prestou queixa e acusou o laboratório de realizar experiências crueis, proibidas em princípio por lei.

Clínica especializada

Apesar do escândalo, as clínicas veterinárias na Coreia do Sul continuam oferecendo o serviço de clonagem dos cães. Uma delas pertence a um cientista polêmico, Dr Hwang Woo-suk, um pesquisador que já foi condenado várias vezes por desrespeitar o código de ética. Muitos clientes são pessoas que encomendam uma cópia de um companheiro de quatro patas que morreu. O custo é estimado em € 90 mil (cerca de R$ 370 mil).

A associação de Defesa dos Direitos dos Animais, Kara, lembra que as operações de clonagem necessitam da doação de ovócitos de fêmeas e geram um grande sofrimento para os animais. “Os cães são duplicados como produtos industriais. É preciso saber que, para fabricar um único clone, é preciso sacrificar um grande número de animais”, explicou uma representante da associação. Além disso, muitos filhotes nascem com malformações.

Fonte: RFI

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