Florianópolis Receberá em Outubro o seu 5º Bazar Vegano
A chamada do evento cultural é simples, ao mesmo tempo que vem para sacudir apáticas teorias: Pelas Ações Entre os Movimentos Sociais.
E o retorno é imediato, após duas seManas do lançamento do evento na rede social, quase 1.500 pessoas, entre interessadas e confirmadas, já demonstram interesse em compareSer.
Em tempos de consumismo, com toda deterioração social, encontramos um bom preTexto para visibilizar questões sociais ainda procrastinadas, ridicularizadas, maquiadas, desprezadas…
Se quem vos escreve esse texto já não consegue pensar compartimentado, se quem aqui que pensa no que escrever já não consegue nos ver fora da natureza a qual destruímos, tampouco fora de nossa natureza animal a qual instituições se esforçam para nos distanciar, nos mantendo como escraves, privando nossos corpos e mentes. Sofrimento colonial nada diferente de toda e qualquer privatização, onde seres marginalizados não viram notícia além da “culpa” por terem nascido para servir toda e qualquer parasita elite dependente dessa arquitetura. Ainda mais aqui onde o direito tá mais pra direita, onde estruturas privilegiam poucos perante muitos numa cega justiça, trancada por religiões, muletas emocionais.
Quem pensa que a catequização ficou num passado distante, perdida em meio aos velhos livros fechados, empoeirados, está alimentando um alienante engano, não está pensando.
A investigação pelo lixo-zero, nos levou aos nativos, que hoje (sobre)vivem sob vulnerabilidade limite, dia após dia. E quando poderíamos imaginar ter a honra de um nativo Guaraní fazendo ilustrAções aqui em nossas movidas urbanas? Isso faz pensar a que ponto podemos chegar nessa caminhada autônoma. Do poder de perguntar o que os povos nativos acham de nossas preocupações com todo reino animal, aqui por onde nascemos. As respostas são reveladoras, muito mais respeitosas do que de qualquer homem branco poderia te oferecer.
Nosso oportunismo está em convidar todas as pessoas curiosas e demais interessadas a atuar em nossa 5ª edição para somar às velhas-novas novidades. Listamos 21 características do que se tornou o Bazar Vegano Floripa, leia se tiver fôlego:
21) “Cantinho das Dádivas”, um espaço de gratuidade, onde cada pessoa deixa objetos que não usa mais e/ou pegar o que lhe for útil sem ter que entregar nada em troca.
20) Tem feijoada vegana a 10 reais sim, e as pessoas da cozinha não irão lavar a sua louça. Montaremos um sistema para que você lave o seu próprio prato!
19) Lixo-zero, visível e “invisível”, aquele lixão que você não vê na hora. Sobre o lixo visível, contentores estarão dispostos pelo salão para coleta dos resíduos orgânicos desse encontro (aqueles que voltam ao solo sem contaminá-lo). Não haverão copos nem pratos e talheres descartáveis de plástico ou isopor. Todas as expositoras de líquidos irão dispor de copos retornáveis e estão previamente comunicadas sobre. Pedimos a todos expositores que vão levar sacos/sacolas, que usem de papel ou celofane pois são 100% biodegradáveis. E sobre o lixo “invisível”, ao não promovermos a comercialização de nada de origem animal, também estamos nos poupando da atividade responsável pela maior geração de lixo deste planeta.
18) Conosco sempre foi proibida a venda de água pois é um bem de todos terráqueos. Água é e tem que ser de graça por todo planeta.
17) Nosso evento não comercializa nem distribui nada de origem animal nem testado em animais, pois os corpos dos animais não são produtos. Vamos pela abolição da escravidão animal, humana e não-humana.
16) Também não faz parte desse nosso evento o uso de transgênicos, sal e açúcar refinados, farinha branca refinada de trigo e farinha de glúten isolado, arroz refinado, glutamato monossódico (realçador de sabor), maltodextrina/dextrose, glucose, aspartame, corantes artificiais, gordura hidrogenada, suplementos proteicos, palmito, uso de forno de micro-ondas, frituras, refrigerantes, bebidas alcoólicas, fumo, joias e comercialização de produtos acompanhados de embalagens de isopor, nem garrafas pet, pratos, talheres e copos de plástico ou sacolas plásticas, apoiamos todo desuso de plásticos, na medida do que for possível. Também não queremos materiais com mensagens preconceituosas como por exemplo “vegetarianos pensam melhor”, entre outras falácias.
15) Não usamos mais o termo “orgânico” para os produtos, em virtude da segregação socio-economica produzida pelo sistema capitalista, então estimulamos o uso de agroecológicos, ou seja, tudo aquilo sem veneno, caso esteja de acesso mais viável a todes, sem ter que repassar aumento de valor nas vendas, melhor ainda se tiver retorno as comunidades. Todas as pessoas expositoras estão previamente comunicadas sobre essas orientações, e a responsabilidade cabe a consciência de cada indivíduo que nos procurou para se integrar ao bazar.
14) Viva a economia ambulante solidária! O Bazar Vegano Floripa não tem participação de grandes empresas, nem estímulo à produção em série. Valorizamos o trabalho artesanal, de alma cuidadosa e criativa, reduzindo os danos no limite do que hoje podemos fazer. Não queremos gourmetização e nem patrão! Nenhuma representAção expositora deste evento é maior que uma MEI. Portanto sem ser empregado nem patrão de ninguém.
13) Pedimos a todes expositores para que façam valores populares. Que, por exemplo, não comercializem sabonetes acima de 5 reais, para que burgueres/lanches sejam sempre abaixo de 10 reais, etc. São limites máximos “suportáveis” para o trabalho no caminho de deselitização do movimento. Não estamos desmerecendo o trabalho de ninguém, também somos expositoras, porém se oque quiser comercializar não estiver nessas condições mínimas, o melhor é mudar de estratégias, seja retirando importados, buscando economia local direto do produtor, compras coletivas, usando itens da época, PANCs, priorizando a exposição, coletando, reciclando, usando a criatividade, etc. Se por um lado, em nosso bazar, não temos tanta produção em série e trabalho escravo das grandes empresas, por outro lado a maioria das expositoras não tem “atravessador”, sendo ligação direta de quem produz, oque barateia, trazendo a economia solidária a tona. Sabemos que a Lagoa da Conceição também tem um público de classe média alta, porém o objetivo desse bazar não é servir a essas pessoas abastadas. A beleza da Lagoa é pra ser livre para todas as pessoas, não tem preço, e nossa entrada é franca, o que permite com que muitas outras pessoas sem condições financeiras venham nos visitar. Nesse caso, não importa a justificativa mais “nobre”, pois a pessoa que não tem dinheiro, simplesmente não tem condições de adquirir, não faz parte da nobreza. Não queremos dar a falsa ideia de que custa mais caro ser uma pessoa vegana, pois isso não é uma verdade.
12) Já temos em torno de 50 expositoras artesanais inscritas. Somos o primeiro evento animalista desse tamanho no país que é 100% colaborativo, onde cada expositora decidiu por sua própria consciência/condição/valorização sobre com quanto colaborar financeiramente para viabilização do evento, todas de forma co-responsável. E novamente todas terão o espaço limite de 1,40M pra exposição. Ninguém é mais, nem menos, que ninguém.
11) Pedimos a todes expositores que liberem suas receitas e demais modos de fazer as coisas. Copiar não é roubar. Acesso!
10) Adoção responsável de cadelas e cães vítimas de abandono e maus-tratos! Todos os animais protegidos pelo “Instituto É o Bicho” foram vacinados e castrados para adoção consciente. Oito animais já foram adotados desde a nossa primeira edição. A ONG também estará com seu brechó beneficente, recebendo doações aos animais (alimento, cobertores, fraldas, tapetes higiênicos, potes, etc).
9) Vem de bike! Dá para amarrar a sua bicicleta no portão da SAL.
8) Viva a agroecologia! Participe das trocas de sementes crioulas, no lindo tapete colaborativo da Coletiva Caaporã (Matinhos-PR) logo alí na recepção. Plante um novo mundo!
7) Oficinas livres, yoga do riso, práticas corporais, intervenções artísticas e música alternativa independente autoral ao vivo e ambiente. Free!
6) Logo na entrada, teremos rodas de bate papo, com pessoas voluntarias vindas de vários cantos de nuestra sudamerica, pelas ações entre os movimentos sociais. Em breve divulgaremos os temas. Todos assuntos e problematizações éticas pertinentes que fazem parte da visão vegana de respeito aos animais, para empoderamento e equidade.
5) Neste dia os banheiros da SAL serão TRANSinclusivos.
4) Ocupação! Todos expositores tem desde as 8h08 pra chegar. Caso 12h12 ainda tenham espaços vagos, estes poderão ser ocupados por novas expositoras que chegarem na hora querendo expor, desde que estejam cooperando com toda política do evento.
3) Não somos e nem queremos ser fiscais. Preferimos caminhar pela confiança do que for combinado, e vai da consciência de cada pessoa expositora. Na porta do evento colocamos tudo que combinamos com os expositores. É o próprio público que naturalmente reclamará diretamente com quem tiver problemas. A maioria dos bazares pelo país está muito elitizada, não tomando esses cuidados. Muitos eventos estão com custos estrondosos para exposição, com altos gastos que fazem com que os expositores tenham que repassar a seus produtos, o que não é o nosso caso. Que cada expositor faça a sua parte sem se justificar com algum possível erro ao lado.
2) Somos um evento abolicionista. Não promovemos organizações parasitas ao movimento. Nosso evento também não é palanque para nenhum político institucional. Seguimos sempre em busca de autonomia política, de forma laica, pela esquerda e sem partido.
1) Não pagamos anúncios. Nosso evento envolve ativismo social, e, portanto, tem vida própria. Não corroboramos com nenhuma mídia corporativa, não dê bola a nada que vier deles. Não buscamos e nem queremos patrocínio de nenhuma empresa, instituição ou governo. Também não usamos de apelos do sistema consumista em nossa comunicação, como por exemplo natal, páscoa e demais datas “comemorativas”. Não somos um “nicho de mercado” tampouco “recursos”.
0) Nosso bazar vegano não promove nenhum tipo de discriminação racial, de orientação sexual, de gênero, heterossexista, xenofóbica, antinordestina, classista, misantrópica, etarista, capacitista, gordofóbica, bem como especista. Movimentos por justiça social naturalmente se interligam, mesmo que algumas pessoas ainda não reconheçam. Estamos juntas, em constante movimento e transformação, na intenção de fazer o melhor para o hoje. Este evento também é Pela Liberdade de Rafael Braga Vieira!
O caminho ideal tem mais suor, é mais árduo, mais realizador. Se você achou muita coisa então vem dar uma mão, mas se achou pouca coisa venha somar com mais ideias aplicáveis.
Ações diretas já! Faça você mesmo!
Evento criado no fb: http://www.facebook.com/events/173860546491178