Internautas fazem ação para ajudar idoso com câncer que cuida de 200 animais abandonados em RO: ‘eles me mantêm vivo’

Internautas fazem ação para ajudar idoso com câncer que cuida de 200 animais abandonados em RO: ‘eles me mantêm vivo’
Por falta de espaço, alguns animais ficam dentro da residencia do idoso — Foto: Cássia Firmino/G1

Uma ação solidária tem chamado a atenção de internautas em Rondônia. O propósito é ajudar um idoso de 70 anos que cuida sozinho de 200 animais resgatados da rua de Porto Velho.

Mesmo travando uma batalha contra um câncer, o aposentado Reinaldo Soares tenta manter o ritmo de cuidado com os cães e gatos que moram com no abrigo, construído em uma chácara na capital.

Ao G1, o idoso conta que o primeiro resgate de animal foi por acaso, há cerca de 10 anos, quando encontrou a pequena “Tchutchuca”. A vira-lata foi abandonada em uma estrada, perto da residência do aposentado, junto com nove filhotes.

O carinho depositado no cão despertou mais do que a solidariedade em Reinaldo. “Quando eu ia resolver alguma coisa na cidade, sempre via algum cachorro ou gato machucado ou abandonado nas ruas, daí comecei a trazer eles aqui para casa, para cuidar, dar comida. Fui trazendo um, depois outro”, explica Reinaldo.

Cães e gatos são mantidos no local — Foto: Cássia Firmino/G1
Cães e gatos são mantidos no local — Foto: Cássia Firmino/G1

A chácara com os animais é mantida através de doações, desde madeiras usadas para a construção das casinhas, que mantêm alguns animais presos, até em medicamentos usados no tratamento veterinário.

Em cada animal que se vê circulando no quintal, a história de maus-tratos ou abandono dá lugar ao que o senhor Reinaldo destaca como “exercício de paciência” e amor. O trabalho é embalado diariamente por bandas antigas de rock, que dividem espaço junto com os cachorros no coração do aposentado.

“São os animais que me mantêm vivo. Eu fico escutando música pra fazer outro barulho, pois se não vão começar latir aqui [risos]. Cuido deles porque existe políticas públicas para os humanos, mas não para os animais. Aqui está cheio e, por causa dos problemas de saúde, não estou dando conta, mas o que eu posso fazer? Não dá para deixar o bicho sem ser cuidado e tem um pessoal que me ajuda com rações e algumas coisas”, diz.

Casal de cachorros foi abandonado em uma chácara, e resgatado em uma via rural — Foto: Cássia Firmino/G1
Casal de cachorros foi abandonado em uma chácara, e resgatado em uma via rural — Foto: Cássia Firmino/G1

Ação voluntária

Foi por meio de uma ação voluntária que a estudante de psicologia Maquezia Furtado, de 26 anos, conheceu o abrigo. Ela teve a ideia de fazer uma “vaquinha” virtual para ajudar nas melhorias do local.

O objetivo é divulgar a ação do aposentado para conseguir a mão de obra para construir novos abrigos e ajudar na manutenção do local. Um corrente de solidariedade que só foi possível após a divulgação da estudante.

Animais dividem espaço com aposentado em Porto Velho — Foto: Cássia Firmino/G1
Animais dividem espaço com aposentado em Porto Velho — Foto: Cássia Firmino/G1

“Ele construiu isso aqui, mas agora ele está doente, fica pesado para pregar as madeiras e fazer as coisas. Quando chove tem uma parte que alaga. Tem muitos animais, alguns ficam até dentro da casa dele e ele cuida de tudo sozinho. O carro dele quebrou e agora está tudo mais difícil. A ideia para usar o dinheiro é fazer uma outra parte maior aqui, para os bichos terem mais espaço para circular”, diz a estudante.

A vaquinha já tem rendido resultados e conseguiu arrecadar mais de R$ 1 mil. A campanha, com objetivo de obter R$ 4 mil em doações, vai ficar disponível online até o dia 20 de fevereiro, mesma data do aniversário do aposentado. As doações podem ser feitas online (clique aqui).

Animais foram resgatados nas ruas, ou abandonados no local — Foto: Cássia Firmino/G1
Animais foram resgatados nas ruas, ou abandonados no local — Foto: Cássia Firmino/G1

Enquanto o novo espaço não fica pronto, o idoso permanece investindo boa parte da aposentadoria no local. Quando o dinheiro falta, ou a casa de três cômodos se torna pequena, tudo é adaptado com geladeiras velhas parar virar abrigo.

Segundo o idoso, a ideia é sempre tentar promover o máximo de conforto aos cães e gatos que estão no abrigo, esperando por uma adoção responsável.

Por Cássia Firmino, estagiária do G1 RO, sob supervisão de Jonatas Boni.

Fonte: G1

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