Jacarés-de-papo-amarelo são devolvidos à natureza em Pernambuco
As equipes técnicas do Parque Estadual Dois Irmãos e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) realizaram, nesta terça-feira (9), a soltura de nove filhotes de jacarés-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) no açude de Dois Irmãos, manancial do parque estadual. Após serem identificados com microchips e marcações externas no couro, os animais passam a conviver com outros exemplares que nasceram em vida livre e serão monitorados pelo projeto que visa à conservação da espécie.
Segundo a gestora técnico-científica do Dois Irmãos, Luciana Rameh, os filhotes nasceram dentro do recinto do zoológico e foram cuidados por dois anos pela equipe técnica do parque. Essa é a primeira ninhada nascida dentro do zoológico e que agora ganha a liberdade, mas continuará sendo acompanhada. “Através dos dados de monitoramento das espécies, podemos saber a quantidade de animais, a proporção entre machos e fêmeas e se eles estão conseguindo se reproduzir em vida livre. Com o apoio destas informações, é possível fazer a gestão e traçar estratégias de conservação e preservação da espécie na área do parque”, afirma.
Antes de serem devolvidos à natureza, os exemplares de jacarés passaram por uma análise biológica realizada pela equipe técnica formada por cerca de 12 profissionais que integram o projeto, entre biólogos e estudantes da graduação e da pós-graduação das instituições parceiras. Os animais foram pesados, medidos e tiveram amostras de sangue coletadas.
Os filhotes mediam de 50 a 60 centímetros de comprimento e pesavam entre 700 e 800 gramas, em média. Todos os dados serão utilizados durante o processo de monitoramento a ser realizado pela universidade, que consiste na captura, avaliação e devolução dos jacarés ao seu habitat natural.
De acordo com a bióloga e pesquisadora da UFRPE Jozélia Correia, que desenvolve pesquisa com jacarés desde 2013, foi registrada uma população natural residente de 36 animais na área do parque. “É graças a esta parceria, inclusive com registro de reprodução da espécie na própria unidade de conservação, que pudemos proporcionar a soltura dos animais que estavam em cativeiro.”
Fonte: Diário de Pernambuco