Milhares de manifestantes contra a caça à raposa marcham em Londres para pedir à primeira-ministra que mantenha a proibição

Milhares de manifestantes contra a caça à raposa marcham em Londres para pedir à primeira-ministra que mantenha a proibição
Manifestantes se fizeram ouvir em grande caminhada até a Downing Street (Fonte: WENN)

Apoiadores dos direitos dos animais marcharam pela Downing Street no último dia 29 para pedir a Theresa May que mantenha a caça à raposa ilegal.

Os organizadores disseram que mais de quatro mil pessoas pediram à líder do Partido Conservador para “fazer a caça virar história”, no que eles afirmaram ser um dos maiores protestos de direitos dos animais dos últimos anos.

Gritos de “não há desculpa para maus-tratos” e “acabe com os Conservadores, mantenha a proibição” ecoavam enquanto ativistas de todas as idades iam da Praça Cavendish, atrás da Av. Oxford Circus, até a R. Whitehall.

A marcha foi organizada por uma aliança entre grupos de campanha anticaça que querem que May desista de permitir um voto livre para revogar a Lei da Caça, do Partido dos Trabalhadores.

Entre os oradores, estavam o ator e ativista dos animais, Peter Egan, o escritor e defensor da vida selvagem, Dominic Dyer, e a naturalista e apresentadora, Anneka Svenska.

Peter Egan disse à multidão reunida na Downing Street: “Eu voto desde 1966, há 51 anos, em diferentes governos”.

“Nenhum deles acertou em tudo, alguns deles não acertaram em nada, a maioria talvez tenha acertado em uma coisa. O governo de Tony Blair acertou quando entrou com a proibição.”

“Em 2002, Theresa May acertou quando descreveu seu partido como ‘O Partido do Mal’.”

“Em 2017, ela está quase acertando porque eles irão se tornar o partido do mal se votarem pela revogação da proibição. Eu sei que ela não vai deixar isso acontecer.”

Organizadores afirmaram que essa foi uma das marchas de direitos dos animais com maior participação dos últimos tempos (Fonte: WENN)
Gritos de “sem desculpas para maus-tratos aos animais” e “acabem com os conservadores, mantenham a proibição” ecoavam (Fonte: WENN)

O apresentador do programa Springwatch, Chris Packham, não pôde comparecer à marcha, mas demonstrou seu apoio dizendo: “O pesadelo desagradável de um retorno legal da caça à raposa é um insulto à democracia e uma mancha repugnante nos esforços dos conservacionistas de todas as partes. Nós gostamos da vida. Nós amamos a vida. Toda forma de vida”.

“E nós procuramos protegê-la e preservá-la, queremos ao máximo que ela permaneça, para que nossas crianças possam apreciá-la. A selvageria organizada que vê animais selvagens perseguidos e destroçados por cães é extremamente incompatível com isso.”

Packham disse que a caça à raposa não tem nada a ver com o controle de populações de vida selvagem, apenas com o prazer perverso dos participantes de um esporte cruel e arcaico.

A marcha foi planejada antes do ataque em Manchester, e Dyer falou que se ponderou cuidadosamente se ela deveria ser levada adiante.

Manifestantes usaram máscaras da líder dos Conservadores mostrando-a como uma “psicopata” (Fonte: WENN)
Este manifestante disse que as raposas “não são para matar”
E esta manifestante disse que o esporte sangrento era assassinato, não tradição (Fonte: WENN)

Eles deveriam iniciar o evento com um minuto de silêncio pelas vítimas e se certificar de que teriam total apoio da polícia.

Dyer falou: “Nós acreditamos fortemente que terroristas nunca terão permissão para nos impedir de exercer nosso direito de liberdade de expressão e de protesto pacífico, o que é ainda mais importante durante uma campanha eleitoral”.

Um protesto parecido ocorreu também na cidade de Leeds nesse mesmo dia.

A apresentadora de vida selvagem e ativista Anneka Svenska participou do protesto (Fonte: WENN)
Os manifestantes vieram de lugares distantes, como a Ilha de Wight (Fonte: PA)

Annie Norledge, 39, uma engenheira naval, foi da Ilha de Wight até o protesto.

“As pessoas caçam raposas ilegalmente lá,” ela disse. “Isso parece um passo para trás. É estranho termos que voltar aqui pra fazer isso de novo.”

Siobhan Martin, 56, um professor que viajou três horas da sua casa, próxima a Devon, para chegar ao protesto, falou: “Eu sinto fortemente sobre o fato de haver uma possibilidade real de que, se Theresa May mantiver a proibição, esta será revogada mesmo contra a vontade de toda a opinião pública“.

“Ninguém quer essa proibição de verdade. O que ela está pensando? Acho que ela não está. É bárbaro. De onde eu venho em Devon, é uma caça atrás da outra e não tem como não se envolver.”

A primeira ministra admitiu que ela “sempre foi a favor” do esporte cruel e sangrento após o tabloide Daily Mirror ter revelado um plano secreto dos Conservadores para trazê-lo de volta revelado um plano secreto dos Conservadores para trazê-lo de volta.

Apesar de nunca ter participado de uma caça, May está determinada a dar uma chance aos Membros do Parlamento de legalizar a caça à raposa com cães novamente.

A Membro do Parlamento confirmou que queria trazer a caça de volta após a revelação do plano pelo Daily Mirror (Fonte: PA)
Ela afirmou que sempre foi a favor do esporte cruel e sangrento (Fonte: PA)

Falando em um evento ao vivo no Facebook da ITV esse mês, Theresa May usou um motivo bizarro para justificar sua decisão, dizendo que “outras formas de lidar com as raposas podem ser cruéis”.

O manifesto dos Conservadores pede uma votação livre para retirar a proibição que foi introduzida pelo Partido dos Trabalhadores em 2005.

Não está claro se algum voto vai obter sucesso em revogar a lei, já que os partidos dos Trabalhadores, o Nacional Escocês, dos Democratas Liberais e o Partido Verde provavelmente se juntarão a um grande número de Conservadores que votarão contra.

Conservadores que já declararam sua oposição à mudança da lei incluem Sarah Wollaston e Heidi Allen.

May não foi vista próxima ao protesto de hoje.

Mas May não estava em lugar algum próximo do protesto do último dia 29 (Fonte: Getty Images Europe)
Ao invés disso, ela estava fazendo campanha com o candidato Conservador Zac Goldsmith (Fonte: REUTERS)
Ela pediu aos ativistas em Twickenham para “se unirem” (Fonte: Getty Images Europe)

Ao invés disso, ela estava fazendo campanha no sudoeste de Londres com o candidato dos Conservadores, Zag Goldsmisth, meses depois de ele ter se religado ao partido, apesar de sair ter deixado a expansão do aeroporto Heathrow.

Ela disse aos ativistas que “se unissem” enquanto relançava a sua campanha na tentativa de reverter as pesquisas negativas.

Ela disse que “não havia forma segura de votar nos Trabalhadores” ao retomar o seu discurso robótico de “liderança forte e estável”.

Por Nicola Bartlett / Tradutora Carla Lorenzatti Venturini

Fonte: Mirror

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