O Ministério Público (MP) investiga a denúncia de superlotação e falta de infraestrutura da ONG União Itarareense de Proteção aos Animais (Unipa), que abriga animais em Itararé (SP). O local está interditado desde janeiro deste ano após a Vigilância Sanitária encontrar diversas irregularidades.
Uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) foi aberta para apurar o caso e os vereadores concluíram o relatório em maio deste ano.
A promotoria está alisando o relatório feito pela Câmara Municipal, o qual apontou irregularidades na administração da ONG entre os anos de 2015 e 2017.
Segundo a CEI, a ONG recebia ração para os animais e quase R$ 30 mil da prefeitura. Mesmo assim, nenhuma melhoria foi feita na infraestrutura no local.
Vídeo: MP apura denúncia de superlotação de animais e falta de infraestrutura em ONG de Itararé.
Ainda segundo o relatório enviado ao MP, os vereadores afirmam que os verdadeiros responsáveis, como presidente, tesoureiro e secretários, recebiam mas nunca foram até o local.
O documento aponta ainda que a antiga gestão da ONG deixou uma dívida de mais de R$ 36 mil.

Interdição
A ONG foi interditada em janeiro deste ano depois que equipes da Vigilância Sanitária encontraram irregularidades, entre elas superlotação, estrutura inadequada, falta de higiene e até animais doentes.
Na época, os vigilantes informaram que o local abrigava mais de 400 animais, como cães e gatos. Devido às irregularidades, a área foi interditada por 90 dias e impedida de receber novos animais até que as reformas sejam feitas.
Apesar de algumas melhorias feitas, os fiscais chegaram à conclusão que o local continua sendo motivo de preocupação e em abril deste ano o prazo de interdição da ONG foi prorrogado por mais 90 dias.
Não foi informado para onde os animais atendidos no local foram levados.

Dificuldades financeiras
Na época das denúncias, o tesoureiro da ONG, Luca Vidal, informou que a instituição passava por dificuldades financeiras e que ela era mantida com recursos da prefeitura e doações.
Ele afirmou que o município repassa aproximadamente R$ 22 mil, rações e mão de obra, mas em alega que o custo para manter os trabalhos na unidade era sendo maior.
“O que a gente tem não dá nem para a nossa existência aqui e ainda temos que lidar com dívidas da administração passada”, explicou.
Fonte: G1
Nota do Olhar Animal: É uma ONG que promove maus-tratos contra animais ou uma ONG que, ao realizar o trabalho que deveria ser feito pelo Poder Público sem a ajuda deste, acabou ficando em dificuldades? Cabe ao Ministério Público avaliar bem estas situações, que são bastante distintas em relação aos encaminhamentos. A Prefeitura de Itararé faz a sua parte no controle populacional? Se sim, porque então tantos animais ainda estão sob a responsabilidade desta ONG?