Patrulha Ambiental resgatou 90 animais silvestres na primeira quinzena do ano no Rio

Patrulha Ambiental resgatou 90 animais silvestres na primeira quinzena do ano no Rio
O diretor do Instituto Vida Livre, Roched Seba, com a preguiça batizada de Doriva. - Foto: Divulgação

O ator Bruno Gagliasso movimentou as redes sociais semana passada ao devolver uma preguiça-de-três-dedos ao meio ambiente com a ajuda de membros do Instituto Vida Livre. O animal foi solto em São Conrado.

Somente na primeira quinzena deste ano, 90 animais silvestres foram resgatados pela Patrulha Ambiental. Em 2018, foram mais de mil, de diferentes espécies, entre gambás, cobras, gaviões, jacarés, capivaras, corujas, urubus, maritacas e micos.

Os animais recolhidos sem ferimentos são reinseridos no habitat mais próximo do local de resgate. Já quando estão feridos ou debilitados, segundo a Patrulha Ambiental, eles são levados para tratamento veterinário no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, da Estácio de Sá, em Vargem Pequena, para, em seguida, serem soltos na natureza. Os bairros com maior número de resgates são Barra, Recreio, Jacarepaguá, Vargens, Campo Grande e Guaratiba. Mas há registro de animais encontrados na Zona Sul.

Espécies voltam ao habitat

Na equipe do Instituto Vida Livre, além do presidente, há duas veterinárias, mas, assim como Bruno Gagliasso, vários outros apoiadores ajudam no trabalho da ONG.

O ator, aliás, é dono de uma área de soltura na Região Serrana do Rio.

— Já cuidamos de alguns animais, que foram levados para a propriedade dele. No caso da preguiça, optamos por soltá-la no bairro de São Conrado mesmo, porque é onde ela foi encontrada e porque lá tem uma área mais protegida, numa mata, onde a deixamos — explica Seba.

O animal estava debilitado quando foi encontrado por uma moradora, no último dia 31.

— Fazia muito calor nesse dia, e a preguiça estava se arrastando no chão, tentando subir numa árvore praticamente sem forças. Quando entraram em contato conosco, fomos imediatamente ao local para ver como estava a saúde do animal e o levamos para a clínica veterinária de uma profissional da nossa equipe, que fica no município de Maricá, para ser cuidado — lembra Roched Seba, presidente do Instituto Vida Livre.

Em alguns casos, de acordo com Seba, o animal também pode ser tratado pelo instituto no próprio meio ambiente.

— Quando o quadro de saúde não é tão grave, evitamos levar o animal para a clínica para não afastá-lo de seu habitat natural — diz.

Na clínica, a preguiça macho passou por hidratação, tomou glicose, foi alimentada com folhagens e teve o sangue colhido. O animal ficou internado no local por apenas seis dias. O período curto, de acordo com Roched, foi para evitar outro problema.

— As preguiças costumam sucumbir ao cativeiro. Então, para evitar estresse do animal por ficar longe do seu habitat, ficamos apenas o tempo necessário com ele — conta.

Batizada de Dorival, agora a preguiça é mais um caso, entre muitos, de animal atendido com sucesso pelo instituto.

— Damos nomes aos animais que atendemos, mas não é para transformá-los em pets e, sim, porque preferimos desse jeito. É melhor do que chamá-los de P1, P2, P3, por exemplo — diz Roched.

Para entrar em contato com a ONG, basta mandar mensagem para o direct do Instagram do instituto (@institutovidalivre). Além dele, a Patrulha Ambiental, da prefeitura, também faz resgate de animais silvestres, por meio do telefone 1746.

Por Adalberto Neto

Fonte: Extra

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