Polícia Militar dá voz de prisão após flagrante de maus-tratos a jumentos na cidade de Patos, PB

Polícia Militar dá voz de prisão após flagrante de maus-tratos a jumentos na cidade de Patos, PB

O nosso Rei do Baião, Luiz Gonzaga, imortalizou o jumento como um dos maiores símbolos do sertão. A música “O Jumento é  Nosso Irmão” retratou magistralmente uma época em que esse animal era tratado como se fosse alguém da família, mas atualmente o abandono e os maus-tratos têm sido presenciados com frequência.

O Cabo Inácio, do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM), relatou que no final da tarde deste sábado, dia 04, por volta das 17h30, uma cena de maus-tratos aos animais foi flagrada pela guarnição do Sargento A. Nóbrega. O sargento abordou três rapazes que estavam nas proximidades da Concessionária Catingueira Veículos agredindo um jumento que havia caído devido ao peso excessivo na carroça que estava carregada com tijolos.

Além da carga excessiva, dos rapazes sobre a carroça, da distância percorrida, pois os rapazes relataram vir da Fazenda Pia, localizada na BR 230, próximo à Quixaba, o pneu da carroça que o jumento carregava estava quase seco, o que torna a carga ainda mais difícil de ser puxada pelo animal.

De acordo com Cabo Inácio, os rapazes estavam sobre as cargas quando um dos jumentos caiu. Os jovens ao invés de ajudarem ao animal a se erguer, fizeram um ato de covardia, pois começaram a chicotear o jumento caído e sem forças para se levantar. A cena revoltou os policiais que comunicaram o caso ao Centro de Integrado de Operações da Polícia (CIOP) que mandou reforços ao local.

As guarnições determinaram que os rapazes retirassem toda a carga das carroças dos jumentos. Após a descarga, a polícia deu voz de prisão aos dois agressores e eles foram conduzidos a Delegacia de Polícia Civil pelo crime. Uberlânio Lima Querino, maior de idade, já responde por porte ilegal de arma. O outro conduzido até a Delegacia é adolescente.

OUÇA entrevista com o Cabo Inácio:

Por Jozivan Antero

Fonte: Folha Patoense 


Nota do Olhar Animal: O jumento é, sim, um dos maiores símbolos da exploração animal no nordeste. Sempre foi abusado e maltratado, nada a ver com esta visão romantizada de que fazia “parte da família”, como se isso representasse algum tipo de tratamento respeitoso. A substituição dos jumentos por outros tipos de tração está evidenciando a forma como estes animais sempre foram vistos e tratados, não como um “membro da família”, mas sim uma mera ferramenta, um ser escravizado, descartado agora que não é mais útil para seus algozes.

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