Protetoras já fizeram mais de 250 caminhas para cães em terminais de ônibus

Protetoras já fizeram mais de 250 caminhas para cães em terminais de ônibus
Protetores voluntários se juntaram para fazer "caminhas" para os cães que pernoitam nos terminais de ônibus de Curitiba (Foto: Franklin de Freitas)

Os diversos cães que habitam os terminais de ônibus de Curitiba (PR) não estão mais largados à própria sorte. É que desde o ano passado o grupo Protetoras da Barreirinha produz caminhas que ajudam os animais a terem um local seguro e se protegerem do frio em praticamente todos os terminais da cidade.

Desde fevereiro deste ano, quando o projeto começou a ganhar fôlego, mais de 250 caminhas foram espalhadas por praticamente todos os terminais da cidade (as exceções são o terminal do Cabral e o do Boa Vista, que teve as caminhas roubadas na última semana) e até alguns da Região Metropolitana já foram contemplados com as camas.

Eliete Almeida, uma das 12 protetoras envolvidas na iniciativa, conta que a ideia de fazer as caminhas surgiu no ano passado. “Pela internet vi como fazia caminhas e fizemos um teste no Terminal da Barreirinha, com quatro caminhas. Pedimos pneus, carpês, sprays e colocamos lá em setembro do ano passado.”

A iniciativa logo repercutiu, virando notícia até na França e nos Estados Unidos.
A partir de fevereiro, após as férias de verão, ganhou fôlego ainda maior. “Não imaginávamos que eram tantos cães abandonados. Achávamos que seriam 30 pneus, mas já fizemos entre 250 e 300. E continua a produção. Curitiba já está OK, mas falta os terminais da Região Metropolitana”, conta.

A boa ação, porém, não sai de graça. Embora elas contem com parceiros que doem os pneus e o carpê para a montagem das caminhas, o restante (madeirite e spray) são as próprias protetoras que compram. Além disso, o trabalho é pesado: elas precisam lavar, um por um os pneus que são doados, cortar a parte de cima com uma tesoura, tirar a medida de dentro, comprar e serrar a madeirite para fazer a parte de baixo, cortar o carpê no mesmo tamanho, grampear e colocar dentro da futura cama. Por fim, com um spray, dão o toque final com desenhos de patinhas em volta para então entregar as caminhas aos animais, sempre junto com as cobertas que esquentarão os bichinhos.

“Estamos nessa por amor à causa”, conta Eliete, que junto com as demais protetoras também comercializa as caminhas para conseguir arrecadar dinheiro para comprar material, pagar as castrações dos animais e, quando necessário, pagar o veterinário – na semana passada, por exemplo, dois deles foram atropelados no Pinheirinho. “Todo o dinheiro que arrecadamos vai para os cães de rua, principalmente de terminais.”

Aprovação quase unânime e animais bem cuidados

Desde que começaram a colocar as caminhas com coberta para os animais que ficam em terminais de ônibus, as Protetoras da Barreirinha viraram notícia nos mais diversos veículos de comunicação, e não apenas do Brasil. Segundo Eliete, até mesmo veículos de comunicação da França e dos Estados Unidos já divulgaram a iniciativa, que conta ainda com grande aprovação junto à população.

“Sempre tem críticas, mas foram tão poucas que nem levamos em conta. Diria que a aprovação é de 98%, o que até impressiona a gente, não imaginávamos isso”, afirma a protetora. “Foi muito bem aprovado porque ficou bonito, limpo, higiênico. E todos os terminais têm as suas mantenedoras, que fazem a higiene dos pneus, arrumam a ração em potinhos, a água. Além disso, todos os cães são castrados e vacinados, então não tem perigo nenhum.”

Conheça as Protetoras da Barreirinha

O que é

– Um grupo formado por 12 protetoras que atua em prol dos animais de rua de Curitiba, principalmente aqueles que vivem em terminais de ônibus

Alcance

– Desde setembro do ano passado, mais de 250 caminhas foram espalhas por terminais de ônibus, postos de gasolina e lanchonetes de toda a Curitiba

Outras ações

– Além das caminhas, o grupo ajuda no cuidado dos animais, com castração e até mesmo atendimento veterinário, quando necessário

O que elas precisam

– Madeirite, sprays e cobertas, principalmente. Todos os materiais são utilizados nas caminhas que são doadas aos terminais

A venda

– Outra forma de ajudar é comprando para seu animal as caminhas que elas produzem e também comercializam. Uma cama média sai por R$ 40, a grande, por R$ 45, e a GG, R$ 50. O dinheiro é todo revertido para os animais de rua.

Como entrar em contato

– Pelo Facebook (https://www.facebook.com/profile.php?id=100017387702594) ou pelo WhatsApp: (41) 98854-6595

Por Rodolfo Luis Kowalski

Fonte: Bem Paraná

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