Recuperada, lontra em tratamento no Gremar está prestes a receber alta, no Guarujá, SP
Em recuperação desde o final de julho, um filhote de lontra (Lontra longicaudis), resgatado em Itanhaém, está prestes a receber alta. Sem condições de ser reintroduzido ao seu habitat, o animal, em tratamento na base de Guarujá, do Instituto Gremar – Pesquisa, Educação e Gestão de Fauna, deverá ser encaminhado a algum horto florestal ou zoológico da região. A decisão foi tomada para garantir a segurança do filhote, que, quando foi resgatado, ainda precisava de cuidados maternos.
Bióloga e gerente operacional do Gremar, Rosane Farah explica que a filhote, que tem em torno de três meses, chegou à base do instituto com marcas de mordida de cachorro. Em exames preliminares também ficou constatado que o animal estava desidratado.
“Ela chegou aqui bem caidinha e magrinha. Tinha cerca de 900 gramas. Fizemos a limpeza e curativo na ferida e iniciamos o tratamento com antibiótico e suplementação alimentar”, conta a especialista.
Nos primeiros dias de recuperação, segundo a bióloga, a lontra foi mantida em um ambiente climatizado e alimentada com papinha. “Quando ela chegou, ficava em uma caixa de transporte, com colchão térmico, como se fosse uma UTI. Assim que começou a se recuperar, começamos a apresentar um pouco de água em um pequeno tanque, já que as lontras são animais de hábitos semi-aquáticos”.
Hoje, já readaptada ao nado, e pesando aproximadamente 1,5 kg, a lontra já consegue se alimentar sozinha, uma vitória para a equipe que auxilia em sua reabilitação. “A cada duas horas são oferecidos pedaços de filés de tilápia, peixe de água doce, e ela está comendo super bem, apesar de ainda receber vitaminas”, comenta Rosane Farah.
Recuperado, o animal, que já está com o peso esperado para o tamanho, deverá passar nos próximos dias por novas avaliações, para que possa ser encaminhada para algum zoológico ou horto florestal da região.
“Já tivemos alguns outros casos de lontras e conseguimos reabilitar e devolver para a natureza, mas como vimos que nessa idade não teríamos como reintroduzí-la em seu habitat natural, o mais seguro será encaminhá-la para outros locais adequados. Quando ela chegou aqui pra gente, ainda não nadava, não teve esse cuidado maternal que deveria ter recebido. Se for solta, sua chance de sobrevivência será muito baixa”.
Além da lontra, na base do Gremar em Guarujá, segundo Rosane Farah, estão hoje em reabilitação quatro aves e 19 tartarugas. Na tarde desta segunda-feira (28), outras quatro, já recuperadas, foram soltas no mar. “Elas chegaram entre março e maio e também estavam em recuperação aqui no centro”.
O trabalho de reabilitação na unidade é resultado do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos. A atividade é desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos pela Petrobras, conduzida pelo Ibama.
https://youtu.be/791fIeoOBzk
Por Carolina Iglesias