Sandro C. Rollo
Apoio o fim da exploração animal
A ética antropocêntrica, malgrado seja considerada um avanço quando se tem por referência o paradigma teocêntrico, revelou-se narcisista e egocêntrica na relação existente entre o homem e os demais seres vivos, mormente os animais não humanos. Inexiste qualquer razão para não se estender o entendimento kantiano, que atribui ao animal humano um valor em si mesmo, a todos os animais sencientes, que não deveriam servir, consoante o atual pensamento hegemônico, de instrumento para o atingimento de qualquer finalidade humana. A exploração imposta pelo animal humano ao animal não humano é alicerçada pela força – inclusive econômica –, impondo sofrimento e dor a esses seres impedidos de se defender. Todos os aparatos cognitivos existentes são importantes para se demostrar a cegueira moral no qual nos encontramos quando o foco é a nossa relação com os demais animais sencientes. O Direito, visto como instrumento de transformação social e busca da Justiça, possui função emancipatória e contrária às tradições quando elas se revelarem injustas. Possuímos deveres morais em relação aos animais não humanos, de maneira muito semelhante àqueles existentes com os vulneráveis da nossa espécie. Aos animais não humanos deve ser reconhecido o direito a uma existência digna, desassociada de qualquer forma de exploração humana, seja ela no âmbito do entretenimento, experimentação, ensino, vestuário e alimentação.