Senhas para castração de gatos acabam em meia hora e distribuição volta em maio em Campo Grande, MS

Senhas para castração de gatos acabam em meia hora e distribuição volta em maio em Campo Grande, MS
Cartaz anuncia o número de senhas que foram distribuídas no CCZ nesta segunda-feira (22) (Foto: Ronie Cruz)

Quem chegou bem cedinho conseguiu pegar uma das 452 senhas para agendar a castração de gatos no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) para o mês de maio. Quem ficou de fora pode retornar no dia 20 de maio e tentar de novo, data em que novas senhas serão distribuídas. Na manhã desta segunda-feira (22), além das senhas para os “pais e mães” de felinos, 193 senhas foram entregues à ONGs que cuidam dos animais.

Funcionários do Centro relataram que o público madrugou para conseguir um agendamento. Teve quem chegou com bastante antecedência, 1h, antes mesmo que o sol despontasse e os portões do CCZ abrissem, às 6h30.

A aposentada Luci Ramonas Aquino, 58, caminhou 8km, do bairro Aero Rancho até a Vila Ipiranga – endereço do Centro – mas não conseguiu uma vaga para o mês de maio. “Tinha que mudar para a gente vir qualquer dia fazer a castração. Eu morei em São Paulo, lá é muito mais fácil, tem a Kombi que vai nas casas”, disse.

Quem conseguiu uma senha hoje tem até cinco dias para agendar a data de castração. Médica veterinária do CCZ, Ana Paula Nogueira, afirma que o procedimento é rápido, dura de 5 a 10 minutos e o animal é liberado no mesmo dia. Do Centro, o felino sai castrado, vacinado contra a raiva e com um micro ship, que permite a identificação do gato.

Luci caminho 8 km mas não conseguiu uma senha (Foto: Ronie Cruz)

 

Luiza reclama que não ganha o suficiente para custear uma castração (Foto: Ronie Cruz)

A veterinária alerta para as “crias indesejadas” e o abandono de animais, que podem ser evitadas com a castração. No Centro, alguns funcionários comentaram que já se estuda agendar o procedimento online ao invés de distribuir pessoalmente, uma forma de evitar transtornos.

Otávia Cardozo de Almeida, 60, aposentada, reclama que “não é todo mundo que tem carro” para chegar até o CCZ. “Eu acho um absurdo porque parece que a gente está pedindo esmola, eu não vim aqui pedir esmola, isso aqui funciona com dinheiro de imposto que eu pago”, afirmou.

A aposentada Luiza Domingos, 62, disse que não ganha o suficiente para custear uma castração e tem de escolher entre a própria saúde e a dos gatos. “Fiquei sabendo que seria distribuído até às 11h, mas cheguei e não tinha mais. Saí do Mário Covas às 6h, mas estava chovendo, por isso não consegui sair mais cedo porque a rua é cheia de lama”, contou.

Por Izabela Sanchez e Ronie Cruz

Fonte: Campo Grande News

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