Udesc Laguna (SC) resgata aves marinhas com intoxicação botulínica

Udesc Laguna (SC) resgata aves marinhas com intoxicação botulínica

Seis gaivotas com intoxicação botulínica, resgatadas em abril em Laguna e Imbituba, foram estabilizadas pela equipe da Unidade de Estabilização da Fauna Marinha do Sul Catarinense, do Centro de Educação Superior da Região Sul (Ceres), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). A unidade integra o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), da Petrobras, que visa avaliar a interferência das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário a animais vivos e mortos.

Ao todo, desde a implantação do projeto em Laguna, 208 aves foram encontradas com suspeita de intoxicação e 113 foram estabilizadas com sucesso.

Intoxicação botulínica

A intoxicação botulínica é um quadro clínico comum, que afeta todas as espécies de aves marinhas. As gaivotas são especialmente suscetíveis, devido ao hábito de se alimentarem de carcaças de peixes em decomposição nas praias.

“O quadro clínico é uma paralisia muscular flácida, ou seja, os músculos perdem a capacidade de contração. Conforme a intoxicação progride, todos os músculos vão paralisando, inclusive os responsáveis pela respiração, até que finalmente o animal não consegue mais respirar”, detalha a equipe do projeto. Caso o animal não seja resgatado a tempo, ele pode morrer.

Tratamento

Na Unidade de Estabilização da Fauna Marinha do Sul Catarinense, os animais são tratados com carvão ativado, um antitóxico por via oral, para eliminar a maior quantidade possível de toxina do organismo.O tratamento também inclui o uso de antitóxicos injetáveis, aplicados junto com uma terapia de suporte ventilatório e alimentar, com papa de peixe.

Após a reabilitação, quando apresentam as condições físicas necessárias para sua subsistência, todos os animais são soltos no habitat natural pela Associação R3 Animal, em Florianópolis, parceira do projeto.

Sobre a unidade

Inagurada em 2017, a Unidade de Estabilização da Fauna Marinha do Sul Catarinense está situada na Praia do Gi, em Laguna. Com 600 metros quadrados, o espaço é usado para resgate, tratamento e reabilitação de aves, répteis e mamíferos marinhos, e conta com uma equipe de profissionais de Biologia, Medicina Veterinária e Oceanografia.Primeira do gênero na região, a estrutura do local inclui salas para educação ambiental, laboratórios de pesquisa, escritórios administrativos, alojamento e sistema de tratamento e de coleta de água da chuva.

Mais informações

Caso algum animal marinho seja encontrado vivo ou morto na região, o contato deve ser feito pelo telefone 0800 642 3341.

Fonte: Notisul

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