Um santuário para jumentos no semi-árido

Um santuário para jumentos no semi-árido

Com a polêmica dos jumentos abandonados no nordeste do Brasil, e a possibilidade dos mesmos virem a ser abatidos para consumo de sua carne, urge o estabelecimento de um plano que possibilite a criação de um santuário para esses animais no próprio semi-árido brasileiro.

Dados do IBGE de 2012 estimam em pouco menos de 975 mil indivíduos asininos (jumentos, jegues ou asnos) e 1,3 milhão de muares (burros, mulas e bardotos) no Brasil, sendo que 90,5% desta população está concentrada no Nordeste, especialmente Bahia, Ceará, Piauí, Maranhão e Pernambuco.

Com a popularização do uso de veículos motorizados, tratores e motos, mesmo em áreas rurais do nordeste brasileiro, jumentos tem perdido popularidade como animais de carga. Esses animais, antes bastante utilizados como meio de transporte e animais de carga, agora desprovidos de valor comercial, são abandonados e chegam aos logradouros e rodovias, causando acidentes. As administradoras de rodovias e prefeituras recolhem esses animais, não tendo, porém, destinação para os mesmos.

Embora um promotor do MP-RN tenha recentemente proposto o abate dos animais para fornecer carne à merenda escolar, aos presídios ou a exportação a China, não há abatedouros capacitados para realizar tal tarefa, nem comprovação de que a carne venha a ser aceita pela população. A proposta de alterar a cultura sertaneja de modo a incluir a carne de jumentos no cardápio parece tão sensata quanto a proposta de “educar” pessoas a consumir a carne de excedentes de populações de cães e gatos.

No município de Apodi, RN, um fazendeiro se dispôs a dar abrigo a 500 jumentos, cedendo uma parte improdutiva de sua fazenda para acolher os animais. Mas da forma como ele os mantêm, cada animal consome aproximadamente R$ 2 de ração por dia, totalizando um gasto mensal de R$30.000/mês com seu “santuário”. Multiplique-se isso pela longevidade de 30 a 40 anos de um jumento e o problema parece de fato grande.

Embora este seja um problema grande, não se trata de problema sem solução. A solução está justamente na adoção de um sistema que permita manter esses animais em terras produtivas de modo integrado e sustentável, nos moldes do que foi proposto no texto Sustentabilidade para Santuários de Animais.

É essencial que o local de manutenção desses jumentos não seja simplesmente um local onde esses animais sejam mantidos pro bono, um sumidouro de recursos, mas que sejam terras produtivas, com produção agrícola e de preferência industrial, onde a manutenção desses animais se integre aos processos, sem prejudica-los.

Daí a proposta de verificarmos quais consórcios de culturas, sistema agrossilvipastoril ou sistemas de interação lavoura-indústria-pecuária melhor se adequem à caatinga e aos jumentos.

Das instalações

As terras no Nordeste do Brasil são relativamente baratas, custando em média menos de R$ 3.000/hectare[1] , portanto, haveria possibilidade de aquisição de grande quantidade de terra por preços acessíveis, nessa região. É também a região da caatinga área que comporta uma gama de atividades perfeitamente consorciáveis com a criação de jumentos, sendo que tal potencialidade deve ser aproveitada pelo referido santuário.

Jumentos e muares são animais rústicos, bastante adaptados à caatinga. Basicamente, sua manutenção demanda:

1- Pastos em quantidade adequada (preferencialmente dividido em lotes para melhor aproveitamento), com cochos, bebedouros e saleiros espalhados pelos lotes;

Jumentos podem subsistir às custas de pastos de vegetação nativa da caatinga (juazeiro, jucazeiro, catingeira, quixabeira, feijão-bravo, canafistula cearense, bordão de velho, catanduba, morororó, xiquexique, mandacaru, macambira, facheiro, coroa de frade, etc), mas nesse caso o número de animais mantidos por área tende a ser baixa. Se a área for plantada com forrageiras a capacidade suporte aumenta.

O capim mais recomendado para a semi-árido é o capim búfel (Cenchrus ciliaris), pois ele suporta solos pobres, a seca e o pisoteio dos animais, mas dependendo da região outras espécies de capins podem ser também plantadas (andropogon, birdwood, Brachiaria brizanta, Panicum maximum, jaraguá, gramão, urocloa, colonião, capim estrela, capim coast cross).

Igualmente, os pastos devem ser constituídos por leguminosas como leucena, cunhã ou feijão guandu. Pés de algarobeira (Prosopis juliflora) podem ser plantados em meio ao pasto, fornecendo sombra para os animais, além de alimentação na época da estiagem. Em um pasto de produção razoável é possível colocar cerca de 6 animais por alqueire ou 2 a 3 animais por hectare.

Além dos pastos verdes faz-se necessário a preocupação em se ter capineira[2] e outros recursos para alimentação dos animais no verão (estiagem). As algarobeiras e palmas forrageiras (Opuntia e Nopalea – espécies de cacto) suprem em parte tal função, mas convém que exista também a preocupação em fornecer aos animais forragens. Três (3) hectares de capim elefante de variedade napier, mais um (1) hectare de cana forrageira fornecerão aproximadamente 1.000 kg de massa verde por dia, ao longo de um ano, servindo isso para reforçar a alimentação de 25 jumentos. Além disso, outras forrageiras como a mandioca, a maniçoba, a melancia forrageira, pornunça, gliricídia, a erva-sal etc consistem em alimentos úteis a serem utilizados em épocas de escassez. Milho, milheto e sorgo, algodão, mandioca, maniçoba, guandu também suprimiriam os animais com forragens e grãos.

Considerando um sistema pouco eficiente de produção, tendendo a consórcio de culturas, um bom módulo para cálculo de capacidade suporte seria, para cada 100 jumentos, reservar cerca de 30 hectares de pastos verdes e 15 hectares de capineiras, mas em um sistema agrossilvipastoril ou um sistemas de interação lavoura-indústria-pecuária provavelmente os números seriam diferentes, por conta do uso de outros recursos alimentares.

2- Áreas de cobertura para proteger os animais do sol e das chuvas

Podem ser coberturas rústicas feitas com troncos e cobertura de sapé[3] ou mesmo áreas sombreadas por árvores no próprio pasto, preferencialmente algarobeiras, que além da sombra podem proporcionar alimento para os animais.

3 – Um curral

Um cercado onde os animais possam ser confinados quando for conveniente. Nesse local eles podem ser examinados por veterinários para verificar doenças como encefalite, receber cuidados, medicamentos, vermífugos, aplicação de produtos contra endoparasitas, suplementos, alimentos concentrados e outras atividades de manejo.

4 –Área de fenagem, celeiro, picador, paiol de milho e silos

Para armazenamento de alimentos concentrados a serem fornecidos aos animais ao longo do ano ou volumosos em tempos de estiagem (Silagem de milho e sorgo, feno de gramíneas, etc).

Qual a área mínima para um sistema de produção ser economicamente viável no semi-árido?

Não se pode estabelecer uma área mínima padrão, pois a região do semi-árido é bastante heterogênea, com diferentes tipos de fitofisionomias, diversidade espacial e temporal de paisagens, etc. Estabelecer uma área padrão seria muito arriscado.

Mas de modo geral áreas menores do que 100 hectares tendem a não atingir a sustentabilidade. Preferencialmente as áreas devem ter o dobro ou o triplo disso. Uma área de 300 hectares no semi-árido, a um custo de aquisição menor do que R$ 900 mil, poderia manter, seguramente, mais de 650 jumentos e ainda desenvolver atividades bastante lucrativas, sem explorar os animais de forma alguma.

Manejo dos jumentos em lotes rotacionais

A divisão das terras em lotes possibilita o manejo rotacional dos animais, de modo que eles não esgotem os recursos da área. A transferência dos animais de lote em lote, de tempos em tempos, permite que a terra se recupere, que as plantas rebrotem e que a variedade de vegetações locais se mantenha. Lotes podem ser plantados com culturas diferentes e serem manejados de acordo com a época do ano que se pretende ocupá-los com os animais.

Em criações onde jumentos são explorados os lotes são separados entre fêmeas prenhes, fêmeas com crias ao pé, lotes de filhotes desmamados de ambos os gêneros que ainda não atingiram a maturidade sexual e lotes de fêmeas em idade reprodutiva. Quanto aos machos adultos, esses devem ser mantidos em piquetes isolados, pois brigam entre si, além de poderem querer “montar” as fêmeas em época errada.

Em um santuário de jumentos os machos deverão ser castrados, possibilitando sua livre convivência entre si e com as fêmeas. E supondo que não existirão nascimentos, não há necessidade de separação de animais pela idade. Os lotes serão compostos, portanto, de modo mais heterogêneo, visando priorizar o melhor manejo agronômico, e não o melhor manejo zootécnico.

Consórcios de culturas

Para constituir pastagens no semi-árido há vários consórcio que podem ser utilizados. A própria vegetação nativa da caatinga pode ser utilizada em um consórcio caatinga – capim búfel – leucena (para 100 hectares de caatinga plantar mais 8 hectares de búfel e mais 2 hectares de leucina); o consórcio búfel – algaroba – palma (para cada 12 hectares de capim búfel plantar 2 hectares de algaroba com palma consorciados), os consórcios búfel-maniçoba, búfel-guandú, etc.

Um consórcio de culturas nessas condições seria o suficiente para manter os jumentos sem a necessidade de aquisição de forragens e rações de fora. Porém, apenas esse sistema não seria suficiente para arcar com outros custos, quais sejam o pagamento do preço da terra, os custos com mão-de-obra, compra de sementes, possíveis despesas veterinárias, etc.

Para que a propriedade atinja a auto-suficiência ela deve adquirir recursos de outros produtos que não os animais, daí a necessidade de se integrar ao sistema uma lavoura (de algodão, de mandioca, milho e feijão intercalados, por exemplo, ou plantações de abacaxi, melancia ou uvas, todas culturas que se adequam à caatinga) ou uma fonte de recursos florestais ou uma indústria processadora, ou de preferência todas essas alternativas. E com o lucro dessas atividades pagar a terra, a mão-de-obra, os recursos gastos, etc.

Sistema agrossilvipastoril

Há um forte benefício em se associar o plantio de árvores e arbustos a um santuário de animais no semi-árido, e embora a implantação de um sistema agrossilvopastoril demande conhecimento[4] e maiores gastos, isso tende a se pagar com o tempo, apresentando o sistema muitas vantagens.

As árvores auxiliam na captação de água e nutrientes em maiores profundidades, no caso das leguminosas elas auxiliam na fixação de N e absorção de P; algumas árvores são boas opções de forragem verde na época da seca, elas fornecem sombras aos animais, Funcionam como quebra-vento, podem fazer o papel de cercas-vivas, podem fornecer lenha, estacas, frutos nativos e exóticos, auxiliam na manutenção da cobertura vegetal sobre o solo, entre outras vantagens.

As árvores dessa agrofloresta podem ser em parte árvores frutíferas, como cajueiros, mangueiras, goiabeiras, bananeiras, coqueiros ou frutíferas típicas da caatinga (umbu, maracujá da caatinga, licuri, etc). Após essas árvores atingirem determinado tamanho, quando já não podem ser “predadas” pelos animais, essa interação apresenta apenas vantagens:

– a mesma terra, antes plantada com pastos e que não produziria nenhum rendimento, agora rende conforme a produção de frutos;

– os jumentos pastam em meio às árvores eliminando os custos com controle de plantas herbáceas;

– os jumentos adubam as árvores com seu esterco;

– os jumentos consomem frutas caídas eliminando possibilidade de mofo e moscas-da-fruta;

– a irrigação das árvores beneficia o pasto e vice-versa.

Um pomar com frutíferas intercaladas com algarobeiras (que fixam o nitrogênio e alimentam os animais), e com extrato herbáceo de capim búfel e leucena e jumentos pastando entre as árvores já seria ecológica e economicamente sustentável, mas há como incrementar o sistema, diminuindo os riscos e aumentando a diversificação da renda.

Na verdade o lucro maior da propriedade poderia vir não da produção de frutas, mas da exploração de outros recursos que poderiam funcionar como carros-chefe, como as alfarrobeiras – Ceratonia siliqua (que embora não sejam tradicionalmente plantadas no Brasil possivelmente podem produzir no semi-árido, fornecendo sementes que substituem o cacau); candeias (Plathymenia reticulata) e outras plantas que fornecem óleos essenciais; Cumaru (Amburana cearenses), muito procurada pelas empresas farmacêuticas; carnaubeiras – Copernicia prunifera, cuja cera é utilizada em vários processos produtivos e cujos frutos podem ser usados na alimentação animal; diversas plantas que podem ser usadas na produção de biodiesel, como o pinhão-manso (Jatropha curcas) e a mamona, etc.

Todas essas espécies apresentam potencial de lucro alto, podendo este ser maximizado se à sua produção estiver agregado algum processo produtivo que agregue valor ao produto. Além disso, as sobras de muitas dessas culturas e processos produtivos podem ser utilizadas na alimentação dos animais.

Sistemas de interação lavoura-indústria-pecuária

Diversos dos produtos gerados em uma propriedade no semi-árido podem ser processados no próprio local, permitindo que a comercialização já ocorra com o valor agregado ao produto, além do que em se pensando em um santuário de jumentos, muitos dos produtos desse processamento podem ser utilizados diretamente na alimentação dos animais.

Das espécies cultivadas tratadas até então há muitas possibilidades de empreendimentos de processamento que poderiam ser implantados na própria propriedade, agregando valor aos produtos e produzindo coprodutos que poderiam ser utilizados na alimentação animal.

– Alfarroba – embora não seja uma planta amplamente cultivada no Brasil, a alfarrobeira tem potencial para o semi-árido. O trituramento das sementes fornece um pó (carob powder) que substitui o chocolate em preparações. Outros subprodutos, como a goma da alfarrobeira possuem diversas aplicações comerciais. A polpa das vagens, sua casca e as folhas da árvore podem ser usadas na alimentação dos animais.

– Cerealista – milho, sorgo, milheto feijões, mandioca e até algarobas podem ser processados para produção de farinhas, amido, polvilho, quirera, farelos, fécula, flocos, óleo e extrusados que podem ser consumidas por seres humanos ou utilizadas na alimentação animal.  Os jumentos podem se beneficiar das sobras da cultura e de restos do processamento, que embora não se prestem ao consumo humano são nutritivos para os animais e substituem os concentrados que necessitam ser fornecidos no cocho.

– Processamento de frutas – frutas podem ser comercializadas frescas ou processadas de modo a aumentarem seu tempo de prateleira e poderem atingir mercados situados mais remotamente. Dentre as diversas formas de processamento temos: Polpas de frutas (ou no caso do coco o coco ralado), sucos de frutas ou água de coco, vinho, frutas secas, doces de frutas, geleias, pectina e extração de amêndoas, castanhas e sementes, etc. Os jumentos podem se beneficiar das frutas colhidas verdes, amassadas, em estado fitossanitário precário ou que tenha qualquer outro tipo de defeito que torne a fruta inadequada para o processamento. Além disso, durante o processamento, de 25 a 90% do conteúdo dos frutos acabam se convertendo em cascas, folhas, caules, caroços, sementes e fibras que não são aproveitados no processo produtivo e que podem ser destinados à alimentação animal.

– Processamento de algodão – O algodoeiro é uma planta que se adapta bem ás condições da caatinga. Além das fibras de algodão a planta fornece diversos outros recursos interessantes: óleo comestível para seres humanos (cuja extração gera produtos como farinhas, farelos, torta e borra que após a retirada do gossipol tornam-se ricas fontes de proteína de boa qualidade e bastante utilizados no preparo de rações).

– Prensagem de óleos não comestíveis – A semente de pinhão-manso contém de 25% a 40% de óleo, que pode ser extraído por pressão. Esse óleo pode ser utilizado como biodiesel ou pode ser empregado na fabricação de tintas e sabões e na lubrificação de equipamentos. O pinhão-manso pode ser utilizado como cerca viva na propriedade, e para dividir os lotes, pois os animais evitam tocá-lo devido à seiva cáustica. Ele auxilia na conservação do solo, além de possuir diversos usos na medicina popular, para combater doenças de pele, como cicatrizante, hemostático, purgante, diurético, antileucêmicas, anti-reumatismo e anti-sifilítico. A torta que sobra do pinhão-manso, após a extração do óleo, é tóxica para ser usada diretamente na alimentação animal, por conter curcina, ésteres de forbol, saponinas e inibidores de protease, mas serve como ótimo adubo para a terra (rico em nitrogênio, fósforo e potássio). Mas se passar por processo de desintoxicação ela pode ser usada na alimentação dos animais, contendo, em média, 54% de proteína. Folhas do pinhão manso fenadas possuem 14,5% de proteína e digestibilidade acima de 50%, e provavelmente podem ser usadas na alimentação dos animais.

Outras espécies, como a candeia e a cumaru fornecem óleos com potencial de uso pela indústria farmacêutica e seu cultivo em larga escala na região da caatinga apresentaria outras vantagens, de cunho ambiental.

São, portanto, atividades industriais desejáveis para serem mantidas associadas a um santuário de jumentos na caatinga um moinho, uma indústria de óleos, uma indústria de beneficiamento de frutas, de algodão ou uma vinícola. Qualquer dessas atividades (ou todas elas) poderiam integrar-se de forma harmoniosa à lavoura e à manutenção dos animais do santuário.

Os produtos poderiam agregar valor ao serem comercializados em seus mercados, incorporando á sua identidade o fato de serem oriundos de um santuário de animais e produzidos em um sistema que presa pela conservação do bioma caatinga.

A preservação do bioma caatinga

A área originalmente ocupada pela caatinga é de cerca de 850 mil km², o que corresponde a cerca de 10% do território nacional. Trata-se do único bioma exclusivamente brasileiro e o mais fragilizado deles.

A caatinga apresenta diversidade vegetal entre 2.000 e 3.000 espécies, muitas delas endêmicas deste bioma, e apesar da pequena densidade e endemismo das espécies animais, lá vivem mais de 1225 espécies de vertebrados, entre eles a ararinha-azul, ameaçada de extinção, o veado-catingueiro, o sagui-de-tufos-brancos, a cutia, a preá, o gambá, o tatu-peba o sapo-cururu, asa-branca, entre outros.

Embora a pecuária seja uma das causas para sua devastação, a colocação de alguns poucos espécimes de jumentos, caprinos ou bovinos, ao invés do sobre-pastoreio, tende a não abalar o equilíbrio ecológico do bioma, que é carente em animais de grande porte.

Um trabalho que poderia ser realizado concomitante à da manutenção dos jumentos no santuário seria um projeto de recuperação da caatinga (ou “recaantigamento”), que consistiria na manutenção de um viveiro de mudas de espécies da caatinga, no replantio dessas mudas na manutenção de um centro de reabilitação de fauna da caatinga e na liberação dos animais reabilitados em áreas de soltura.

Notas

[2] A capineira é uma área cultivada com espécies de gramíneas que apresentam elevada produção de massa verde, utilizada como suplementação volumosa do rebanho. O capim é cortado, picado e fornecido para os animais em cochos, especialmente na época da seca.

[3] Em uma situação de criação ideal a área coberta deve ser uma construção de alvenaria, recoberta por telhas de barro e com entrada voltada para o leste (para que receba a luz nas primeiras horas do dia), além de piso impermeável e com inclinação para impedir acúmulo de água, mas na verdade tudo isso pode ser flexibilizado para consumir menos recursos e permitir manutenção de maior número de animais.

[4] Para mais conhecimentos sobre a implantação de um sistema agrossilvopastoril na caatinga ler: Sistema de produção agrossilvipastoril para a região da caatinga (http://www.sober.org.br/palestra/15/51.pdf); Sistema de Produção Agrossilvipastoril no Semiárido do Ceará (http://goo.gl/Qz9iK9)

O conteúdo do presente texto é desdobramento de palestra proferida pelo autor por ocasião do Encontro Nacional de Direitos Animais (ENDA) 2014.

Por Sérgio Greif

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