Zona oeste do Rio tem recorde de resgates de animais silvestres
Entre as 2.375 chamadas para resgate de animais silvestres no Rio, de janeiro a março deste ano, feita pelo Corpo de Bombeiros, a grande maioria ocorreu na Zona Oeste. Um dos pedidos mais recorrentes é a retirada de jacarés, principalmente de dentro de piscinas em condomínios do Recreio e da Barra, como conta o coronel Luciano Sarmento, comandante do Grupamento de Busca e Salvamento da Barra do Corpo dos Bombeiros:
— Imagina, você chega em casa, em um dia de sol, e decide ir à piscina. Coloca sua canga ao lado da água e se depara com um jacaré de um metrô e meio nadando do seu lado. Parece até cena de filme, mas isso é mais comum do que a gente imagina.
Como o EXTRA mostrou no domingo, nos três primeiros meses, um animal foi resgatado a cada hora. Teve pedidos para resgatar bicho-preguiça, tartaruga, ouriço… Só o designer Affonso Fernandes, de 56 anos, já resgatou três animais silvestres das ruas do Rio:
— Moro e trabalho em uma área com muita mata. Então, esses encontros são normais para mim. Já salvei um filhote de gambá de ser atacado por um gato na Gávea. Também resgatei uma coruja perdida pelas ruas do Humaitá. O último foi um beija-flor, que entrou na minha casa semana passada.
Segundo a Patrulha Ambiental, da Guarda Municipal, os gambás foram os animais mais resgatados no ano passado. Foram ao todo, 923 bichos da espécie capturados pela patrulha — uma média de dois resgates por dia.
Entre os dez mais capturados pelos bombeiros, estão, por ordem: cobras, cachorros, gatos, gambás, aves, macacos, capivaras, jacarés, preguiças e ouriços. Já pelos números da Guarda Municipal, também são comuns o resgate de gaviões e corujas.
Até mesmo um camaleão, réptil pequeno e considerado dócil, já foi resgatado. Mesmo nesses casos, ainda é preciso chamar uma equipe especializada para fazer a retirada, pois a situação pode pôr em risco o bicho. Em risco de extinção, até um lobo-guará foi encontrado andando pelo bairro de Afonso Arino, em Comendador Levy Gasparian, no interior do estado.
As operações são feitas sempre que algum animal fora de seu habitat natural oferece risco a uma pessoa ou a ele mesmo. Nesses casos, o bicho é recolhido e, dependendo de seu estado, pode ser devolvido à natureza ou levado para centros de recuperação, como o da Universidade Estácio de Sá, em Vargem Grande.
O que fazer ao encontrar um animal silvestre
Não tente capturá-lo: mesmo pequeno, o animal pode oferecer risco a você ou a ele mesmo. Caso se sinta ameaçado, o animal pode atacar. Evite movimentos bruscos ou dar as costas.
Isole o local: feche os espaços de fuga e não deixe ninguém entrar.
Quem chamar: Ligue para os bombeiros (193) ou para o 1746.