5.255 tartarugas descobertas na bagagem de dois viajantes em Kuala Lumpur, Malásia
Dois indianos de cerca de 30 e 42 anos que foram presos no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, tinham escondidas na bagagem milhares de tartarugas-de-faces-rosadas. O objetivo seria vendê-las como animais domésticos na Índia. As tartarugas, que não viajavam com a necessária licença, têm um valor próximo de doze mil euros. Os homens vinham de Guangzhou, na China, e ficam sujeitos a uma pena de cadeia que pode ir até cinco anos.
“É o primeiro caso do tipo este ano, e não conseguimos dizer se é uma quantidade semelhante ou maior de casos anteriores”, disse um responsável alfandegário. “Mas parece ser uma quantidade bastante grande, em duas malas que foram descobertas ao mesmo tempo”. Feita a contagem, verificou-se que as tartarugas eram 5255.
Entretanto, outros dois indianos, estes provenientes de duas cidades diferentes no seu país, foram igualmente detidos no mesmo aeroporto. Em dois sacos que levavam na mão, compartimentos especiais albergavam quase 15 quilos de anfetaminas. Num país onde as leis na matéria são muito estritas, as duas “mulas” enfrentam a perspectiva de uma condenação à morte.
Isto acontece numa altura em que o exemplo do presidente filipino, Rodrigo Duterte, cuja repressão do tráfico de droga já levou à execução extrajudicial de milhares de alegados traficantes, está a inspirar governantes em vários países asiáticos. Ainda está semana o presidente do Sri Lanka anunciou que vai retomar a aplicação da pena de morte – jamais retirada da lei, mas na prática suspensa há 43 anos – começando por enforcar quatro traficantes.
O tráfico de droga está sujeito à pena de morte no país, e pelo menos 48 pessoas encontram-se no corredor da morte por esse crime. Nas últimas décadas, o normal é essa pena converter-se em prisão perpétua, mas o aumento do número de casos (ainda em abril a polícia destruiu 770 quilos de droga em público) parece estar prestes a levar a uma mudança.
As autoridades puseram anúncio para contratar dois carrascos e já terão mesmo feito uma pré-selecção. Entre outras qualidades, exige-se aos finalistas que tenham “bom carácter”.
Por Luís M. Faria
Fonte: Expresso