A indústria de pele de crocodilo e jacaré está sendo ‘destruída’ pela proibição das peles exóticas da Califórnia
As autoridades avisaram que a proibição da venda de peles de crocodilo e jacaré na Califórnia (EUA) ameaça a existência da indústria de peles exóticas.
Uma nova lei aplicada em 1º de janeiro deste ano proíbe a venda de quaisquer produtos de peles exóticas e de animais.
A Califórnia é o primeiro estado a tomar essas medidas revolucionárias, que aumentaram as restrições existentes e proibiram a fabricação, importação ou venda de produtos de jacaré, crocodilo e peles.
E, de acordo com relatórios, a indústria está tendo dificuldades para lidar com a lei, que afeta um de seus mercados mais importantes.
A Louisiana, por exemplo, é a principal fornecedora de peles de jacaré do país. A indústria lucra 80 milhões de dólares por ano para o estado, com caçadores que colecionam 15.000 peles de jacaré e agricultores que exploram mais de 380.000 jacarés no valor de 70 milhões de libras só em 2017.
A Califórnia é o maior mercado da Louisiana, por isso a nova proibição atinge duramente a indústria de peles exóticas do estado.
Destruição da indústria
Funcionários na Louisiana criticaram a proibição e sugeriram que um processo judicial pode estar em andamento.
“Se a proibição da Califórnia entrar em vigor, destruirá a indústria do jacaré e os empregos gerados por ela na Louisiana, Texas, Flórida, Geórgia e Califórnia”, disse o general Jeff Landry, da Louisiana Atty, em um comunicado.
A proibição também se aplica à importação e venda de outras peles exóticas, tais como de iguanas, escíndios, jacaretingas e vários lagartos. Qualquer pessoa que violar a legislação receberá uma multa de US$ 1.000 a US$ 5.000 e/ou até seis meses de prisão.
Grande vitória
Os ativistas dos direitos dos animais celebraram o impacto da nova legislação. A organização PETA disse que a mudança é “uma enorme vitória para os jacarés e crocodilos”.
A primeira vez que a Califórnia tentou proibir a venda de pele de jacaré e crocodilo foi em 1970, mas a indústria tem conseguido impedir a proibição até agora.
Um grande grupo de ativistas dos direitos dos animais fez campanha incessantemente ao lado de amantes dos animais do local, que levou finalmente à vitória.
A Califórnia também se moveu para proibir a fabricação e venda de peles, já que o estado lidera as proteções de bem-estar animal.
Em outubro de 2019 os legisladores assinaram um projeto de lei que criminalizará a fabricação, venda e distribuição de produtos de peles, como roupas, calçados e bolsas em todo o estado.
Maus-tratos terríveis
Investigações da PETA revelaram “maus-tratos terríveis a cada segundo” na indústria.
Em uma fazenda de jacarés no Texas, a testemunha ocular da PETA descobriu que os animais eram “mantidos em águas fétidas em galpões úmidos e escuros”.
“Os jacarés continuavam a dar chutes e a se debater depois de os funcionários tentarem matá-los”, descreveu o grupo.
Alerta: O vídeo abaixo contém imagens fortes que os espectadores poderão achar perturbadoras.
Uma outra revelação da PETA mostrou que os operários “davam choques elétricos nos crocodilos e depois tentavam matá-los cortando-lhes o pescoço e enfiando-lhes ganchos de metal pela espinha abaixo enquanto os animais se contorciam”.
A opinião pública está cada vez mais voltada contra a indústria das peles exóticas, o que por sua vez tem um efeito dominó nos grandes varejistas.
Muitas empresas já se mexeram para proibir peles exóticas, incluindo Arcadia Group, Chanel, Diane von Furstenberg, H&M, L Brands, Nike, PUMA, bebe, Stella McCartney e Victoria Beckham.
A PETA solicita a seus seguidores e ativistas em todo o mundo que pressionem outros varejistas para que eles também parem de usar peles exóticas. Você pode se juntar à campanha aqui.
Compartilhe este artigo para revelar a verdade por trás da indústria das peles exóticas.
Por Oli Gross / Tradução de Alda Lima
Fonte: Totally Vegan Buzz
Nota do Olhar Animal: Vai tarde! E dará lugar ao couro alternativo. São inúmeras as notícias que já reproduzimos sobre a existência de couro das mais variadas fontes vegetais. Sua produção dará emprego a muita gente sem que se mate animais em nome da “questão econômica”, o que aliás derruba um dos frágeis e nada éticos argumentos de quem defende a indústria da morte.