Abandono de cães por famílias que se mudam cresce em Campinas, SP
A quantidade de cães que está sendo abandonada porque a família se muda e não os leva consigo aumentou 40% desde o começou deste ano na região de Campinas.
O cálculo é da protetora de animais Marynes Silva, que vem recebendo – por semana – cerca de três pedidos de ajuda de vizinhos, incomodados com o mau cheiro das casas e com os bichos que choram de fome e de sede.
Só esta semana, Marynes recebeu pedidos para animais abandonados em casas nos jardins Proença e Nova Europa (ambos em Campinas) e em Hortolândia.
“Parece até que virou moda. A família se muda e larga o cachorro pra trás”, afirma a protetora. “Só que o pior não é só isso. São os vizinhos que não se dispõem nem a dar ração e a colocar um pote de água pros bichos. Acham que os protetores têm a obrigação de dar conta de todos esse abandono. Mas, a gente não é mágico. Nosso trabalho é voluntário e fazemos das tripas o coração. Só que se as pessoas não se conscientizarem – e cada um ajudar um pouco , vamos continuar enxugando gelo”.
Gente que faz
Apesar de estar com 17 cães sob sua tutela no abrigo que fundou e sem estar com condições financeiras de fazer resgates, Marynes não conseguiu virar as costas para uma pit bull, abandonada em uma casa em Campinas.
De tantas reclamações da vizinhança, o tutor abandonou a cachorra, que estava vivendo sozinha dentro da casa, na rua.
A cachorra foi resgatada por Marynes, ganhou o nome de Pit e já passou por tratamento para anemia. Precisa agora ser castrada, mas a protetora não tem recursos para fazê-lo.
Ajuda
Devido à atual fragilidade de Pit, a cirurgia precisa ser feita com anestesia inalatória, o que aumenta os cursos do procedimento, avaliado em cerca de R$ 350,00 – se feito com veterinário que não cobre a mão de obra.
Só de ração para alimentar os cães do abrigo, Marynes precisa de R$ 200 por semana. Faz o trabalho que por lei é de responsabilidade do Estado, mas não recebe nenhum tipo de ajuda governamental.
O Adorável Vira-Lata Proteção e Amor vive de recursos que Marynes coloca do próprio bolso, da venda de rifas que promove e de doações.
Um dos casos que ela vem cuidando agora é da cachorrinha Alice, que tem câncer e faz quimioterapia. Alice já passou por cirurgia para remoção do tumor e vem respondendo excelentissimamente à químio.
Quem quiser ajudar, deve entrar em contato com a protetora pelo WhatsApp: (19) 9-9270-5779.
Por Raquel Valli
Fonte: A Cidade ON