Abatedouro clandestino comercializava carne de equino como se fosse de bovino, agora em Guarani, MG
Carnes de cavalos e de éguas estão sendo comercializadas como se fossem produtos bovinos em açougues da região da Zona da Mata mineira, foi o que constatou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) após cumprimento de mandado de busca e apreensão em uma fazenda na zona rural da cidade de Guarani.
No local funcionava um abatedouro clandestino e foram encontradas diversas carcaças de suínos bovinos e, inclusive, de equinos. A operação foi deflagrada na terça-feira, 18, e contou com ação conjunta da Polícia Militar de Meio Ambiente e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A suspeita é de que os animais abatidos eram furtados ou roubados. Outros crimes também foram constatados na propriedade, de acordo com informações da PCMG.
As investigações tiveram início depois do aumento de denúncias de roubo e de furtos de animais na região, conforme informações da Polícia Civil. Segundo o delegado José Luiz Quintão, da Delegacia Especializada em Investigação e Repressão de Crimes Rurais (DEIRCR), a suspeita é que o abatedouro clandestino seja parte de uma organização criminosa, por isso as investigações continuam.
“As investigações prosseguem para verificar se há outros locais clandestinos e para ver de onde vem os animais e onde são comercializados”, disse o delegado.
Durante rastreamento no local, com ajuda de drones, foram identificados vários espaços de descarte dos animais mortos e outras situações ilegais. “Dentro da fazenda havia pontos de abate e de acondicionamento totalmente impróprios, insalubres para o posterior consumo humano. Esses espaços foram interditados. Toda ordem de transgressão de natureza sanitária e ambiental foram verificadas”, destacou o delegado.
O proprietário do abatedouro clandestino poderá responder pelos crimes de maus-tratos a animais, falta de licenciamento ambiental, poluição ambiental, furto e roubo de animal, elencou Quintão.
Outras infrações também destacadas pelo delegado são crimes de ordem tributária e de relações de consumo, já que foi verificado que no local eram mantidos em depósito e destinados a venda matéria prima imprópria ao consumo humano. Para os crimes, a pena pode ultrapassar a 15 anos de detenção.
Outras situações de crime ambiental
Situações de maus-tratos aos animais foram presenciadas na fazenda, segundo o delegado, durante entrevista coletiva, na quarta-feira, 18. “Durante a varredura ao local eu vi um potrinho que estava se decompondo ainda em posição fetal. Tudo indica que uma égua que estava em estágio avançado de gestação foi abatida com essa cria que há poucos dias nasceria”, relatou.
Na fazenda também havia situação de degradação ambiental, já que os dejetos de centenas de porcos criados na propriedade eram despejados em um curso de água que faz parte de área de preservação permanente.
Durante a operação o proprietário da fazenda não foi encontrado nem foi constatada situação de abate que configurasse o flagrante. Funcionários que trabalhavam na fazenda no momento da operação foram ouvidos pela polícia. “Tudo que eles trouxeram para a polícia vai ser subsídio para as investigações”, explicou o delegado Quintão.
Por Aline Peres
Fonte: O Tempo
Nota do Olhar Animal: Moralmente não há diferença alguma entre abater um cavalo e matar um boi. Ambos são sencientes, atributo que deveria garantir a eles a preservação de seus interesses, em especial do interesse em viver.