Abrigo acolhe animais de grande porte que sofreram maus-tratos no Rio

Vida é uma potra de 1 ano e dez meses que adora receber carinhos no pescoço. Moradora de um santuário de animais na zona oeste do Rio, ela passa a maior parte do dia solta e faz cinco refeições diárias. Meses atrás, a realidade vivida pelo animal de pelos castanhos e brilhosos era bem diferente. Em setembro, Vida pastava em um matagal em uma favela no Complexo da Penha quando foi ferida por um tiro de fuzil.
O disparo entrou no focinho e saiu pela boca. Sofrendo com os ferimentos e com sinais de desnutrição, a potra foi resgatada por agentes da prefeitura e entregue à ONG Grupo de Ação Resgate e Reabilitação Animal (Garra), que fica em Santa Cruz, na zona oeste. Depois de tratada, foi levada para o santuário.
Seis meses após ter sido ferida pelo tiro, Vida está totalmente recuperada e pesa cerca de 300 kg. Ela é um dos 32 equinos (nove cavalos, três jumentos, 18 éguas e dois pôneis) vítimas de maus-tratos, abandono ou violência que vivem no santuário — um sítio da ONG de aproximadamente 3,5 mil metros quadrados. Lá, trabalhos forçados e montaria passam bem longe.
VÍDEO: Cavalo é forçado a subir passarela e sofre queda
Lotação máxima
Outro morador do santuário é Jack, um cavalo branco de dez anos. Manso e dócil, ele traz no corpo as marcas dos maus-tratos aos quais foi submetido e que quase lhe custaram a vida. Já Robert não teve a mesma sorte. Resgatado junto com Caveirão e Guita, não resistiu aos ferimentos. Os três, da raça puro-sangue inglês, muito usada em competições de turfe, foram encontrados em uma estrada da zona oeste.
Por Marcos Nunes
Fonte: Extra