Abrigo de animais de Catar prepara-se para aumento de abandonos com a saída de expatriados

Abrigo de animais de Catar prepara-se para aumento de abandonos com a saída de expatriados
Paige Tiesdell e Edward Riley, residentes britânicos do Catar, brincam com seus cães resgatados em sua casa na capital do Catar, Doha, no dia 18 de junho de 2020. Os animais estavam nas ruas de Doha antes de serem acolhidos pela organização de bem-estar animal Paws. Foto: Karim Jaafar/AFP - Getty Images

Uma organização de resgate e abrigo de animais no Catar alertou que poderia haver um aumento de animais abandonados no emirado pela possibilidade de muitos expatriados estrangeiros e suas famílias deixarem o país em curto prazo, como resultado da recessão econômica devido à pandemia do COVID-19. Os expatriados representam 90% da população de 2,75 milhões do Catar. Os principais empregadores, como a Qatar Petroleum e a Qatar Airways, avisaram sobre cortes consideráveis no número de funcionários por causa da desaceleração econômica.

Alison Caldwell, cofundadora do abrigo de animais Paws, disse: “Esperamos uma onda de e-mails e telefonemas com pedidos de “ajuda”. Já tivemos algumas dessas”.

“Não há realmente nada que possamos fazer”, disse Caldwell, já que o abrigo tem capacidade para apenas 60 gatos e 30 cães. Embora não haja estatísticas oficiais sobre animais de rua no Catar, a Paws estima que eles possam estar na casa das dezenas de milhares. Animais abandonados e perdidos são particularmente vulneráveis às temperaturas do verão, que podem atingir 50 graus centígrados. Imagens de maus-tratos de animais, incluindo animais baleados com armas de fogo, também são comuns nas mídias sociais.

A agência de notícias AFP relatou que uma cachorra, Izzy, está atualmente com uma família em lar temporário enquanto uma família alemã, que concordou em adotá-la, espera que os vôos comerciais sejam retomados. A Paws também usa “companheiros de vôo”, passageiros voluntários que transportam animais para seus futuros lares como excesso de bagagem. Custa pouco mais de US$ 300, em comparação com US$ 1.600, para enviar os animais por frete aéreo, mas, para que o sistema funcione, os passageiros precisam viajar livremente e com frequência.

A Paws foi fundada há sete anos por dois expatriados britânicos e, desde então, ajudou a realojar mil animais, muitos deles no exterior. Eles testemunharam um afluxo de animais nos primeiros dias da pandemia, de proprietários mal informados que temiam que seus animais de estimação pudessem espalhar o vírus. A organização sem fins lucrativos depende de doações e de uma força de trabalho principalmente voluntária, bem como da receita de seu serviço de canil. Eles também realizam um teste virtual mensal para ajudar a contribuir para os esforços de captação de recursos.

Tradução de  Ana Carolina Figueiredo

Fonte: Midlle East Monitor

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