Acusada de maus-tratos se recusa a falar em CPI no Espírito Santo
A presidente da ONG Animais Carentes Cachoeiro de Itapemirim (Acaci), Maria Márcia Liverani, acusada por outras ONGs de maltratar animais com o pretexto de protegê-los, compareceu à CPI dos Maus-Tratos contra os Animais, em reunião realizada na sexta-feira (23/06), na Câmara Municipal, em Cachoeiro de Itapemirim, mas não respondeu às perguntas da presidente do colegiado, Janete de Sá (PMN).
Liverani se valeu de seu direito de permanecer calada. A alegação foi de que não tinha conhecimento do conteúdo das acusações e das perguntas. Porém, afirmou que responderia em juízo.
Diante da negativa, orientada por seu advogado, em responder às perguntas feitas, foram concedidos 15 dias para que Liverani apresente à CPI toda a documentação legal da Acaci para que o colegiado possa averiguar a veracidade das acusações existentes contra ela. Tais acusações constam de farto documento publicado pela acusada nas redes sociais e pelos documentos e depoimentos obtidos na reunião desta sexta-feira (23).
A reunião da CPI contou com a presença da representante da Sociedade Protetora dos Animais do Espírito Santo (Sopaes) Neida Lúcia Vaz além de vereadores de Cachoeiro de Itapemirim.
DIREITO CONSTITUCIONAL
Liverani reivindicou os direitos constitucionais “de permanecer calada”, por estar num ambiente que considerou hostil, acrescentando que usará seus direitos de responder em juízo “qualquer acusação que for feita contra mim, minha ONG, o meu trabalho”.
A deputada Janete de Sá refutou a afirmação de que a CPI seria um ambiente hostil. Pelo contrário, disse que a acusada estava na Casa do Povo e advertiu seu advogado por interferir sem ter sido autorizado. A parlamentar chegou a pedir que todas as testemunhas se retirassem para que a depoente se dispusesse a falar. “Nós retiramos as pessoas que a senhora considera inimiga, ficando vereadores, autoridades e servidores da Assembleia Legislativa”.
A deputada argumentou que num ambiente sem as testemunhas, a acusada teria toda a liberdade para apresentar seu ponto de vista, rebater e desmascarar todas as acusações que vem recebendo. “À medida que a senhora não responda as nossas perguntas, nós vamos considerar as acusações como verdade. A senhora tem o direito de responder a todas as acusações”. Mesmo assim, Liverani repetiu que só responderia em juízo.
CALADA
Liverani não deu detalhes sobre a estrutura de sua ONG e nem sobre os animais atendidos. Ela também não se posicionou sobre acusações de maus-tratos que ganharam as redes sociais, entre elas a gravação feita da agonia e morte de uma cadela em sua casa e sobre o cachorro Ambrósio – objeto de outra reunião de CPI.
O advogado esclareceu que a cliente se manteve em silêncio pelo fato de desconhecer o teor das acusações e das perguntas. No entanto, a deputada respondeu que Liverani não tem direito ao acesso porque não respondeu às perguntas e denegriu a imagem da comissão, afirmando que “a CPI é fraudulenta”.
Fonte: Portal SBN (com informações da Web Ales)