Acusado de molestar cadelinha Lili, homem fala em ‘conversa fiada’ de vizinhos

Acusado de molestar cadelinha Lili, homem fala em ‘conversa fiada’ de vizinhos
Vizinhos filmaram o homem com o cachorro e fizeram denuncia à polícia (Foto: Reprodução)

O acusado de molestar a cadelinha sem raça definida batizada de Lili passou por audiência de julgamento, na tarde desta terça-feira (3), no Juizado das Moreninhas, em Campo Grande. Ele negou ter abusado do animal e disse que estava apenas a medicando. O processo está temporariamente suspenso e, neste período, o homem terá de se apresentar em juízo a cada dois meses.

Em janeiro do ano passado, vizinhos estranharam os gritos de uma cachorra que vivia em residência do bairro Mário Covas e decidiram verificar. Com celular em mãos, um destes moradores gravou vídeo da cachorra acompanhada do tutor.

Nas imagens, o homem aparece em uma cadeira com a cadelinha Lili no colo e aparentemente introduz o dedo no bicho que grita e consegue pular. O vídeo foi enviado para a Ong “Cão Feliz” e o caso denunciado à Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) que recolheu o animal.

Lili ficou na Ong até outubro do ano passado e morreu após ser diagnosticada com Cinomose.

A audiência – Durante a audiência, o homem acusado de maus-tratos negou qualquer tipo de abuso. Ele disse que o animal havia sido resgatado pela esposa dele com algumas feridas na barriga e, por esse motivo, ele costumava passar pomada na barriga dela. Ele disse ainda cuidar de outros cachorros da casa. “Isso é conversa fiada de vizinho”, declarou.

Presidente da Ong “Cão Feliz” e responsável pela denúncia, Kelly Cristine Macedo disse ter ficado “muito revoltada” com este caso. Ela trabalha com a proteção de animais desde 2005 e considera este um dos piores resgates que teve de fazer.

Segundo ela, Lili ficou arredia durante muito tempo na Ong e os protetores tiveram dificuldade em conquistar a confiança do animal. “Ela era uma cachorra muito pequena, indefesa”, lembra do tempo em que conviveu com a cadelinha. “É uma revolta que tenho dentro de mim”.

Após os depoimentos ocorreu a suspensão condicional do processo. Isto quer dizer que, durante dois anos ele precisa comparecer em juízo para comprovar residência e o não envolvimento em nenhum outro crime. Após esse prazo, se não ocorrer nenhuma quebra o processo poderá ser arquivado. Este benefício só ocorre por ele ser réu primário.

Cadelinha Lili foi levada para abrigo e morreu meses depois diagnosticada com Cinomose. ( Foto: Divulgação/Ong Feliz)

Por Maressa Mendonça 

Fonte: Campo Grande News

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