Antiético e cruel: projeto de lei nos EUA quer acabar com fazendas de visons, abatidos para indústria da moda

Pode parecer difícil de acreditar, mas muitos países ainda permitem a existência de fazendas para criação de animais que serão abatidos para fornecer pele à indústria da moda. É o caso dos Estados Unidos, onde é possível encontrar criadouros de visons — ou minques — , mamíferos da família dos Mustelídeos.
Há muito tempo grupos de defesa dos animais lutam pelo fim da prática, considerada antiética e cruel. Para aumentar visibilidade do assunto, um novo projeto de lei alerta para riscos envolvendo a proliferação de vírus, dado o confinamento animal que propicia o surgimento de doenças contagiosas como a COVID-19 e a gripe aviária. Durante a pandemia do coronavírus em 2020, a Dinamarca abateu 17 milhões de visons em resposta aos surtos do vírus em mais de 200 fazendas.
Apresentada no início deste mês pelo congressista Adriano Espaillat, o projeto introduziu o Mink: Vectors for Infection Risk in the United States Act, conhecido como Mink VIRUS Act , para proteger a saúde pública e reduzir o risco de transmissão de doenças zoonóticas pedindo a proibição da criação de visons nos EUA e dando um cronograma de adaptação à indústria.
O projeto de lei oferece um período de um ano para a criação de visons e estabelece um programa de subsídios para ajudar o fazendeiros a saírem da indústria e encontrarem outros meios de obtenção de renda. As fazendas de visons normalmente agrupam milhares de animais em longas fileiras com gaiolas lotadas, “desumanas e insalubres”, que criam um cenário ideal para a circulação de patógenos entre as espécies, diz o grupo Animal Legal Defense Fund.

“A criação de visons é uma indústria perigosa que claramente representa um risco para a saúde pública e a segurança humana”, afirma a gerente de assuntos legislativos estratégicos da organização, Alicia Prygoski. “O governo federal não deveria usar o dinheiro dos contribuintes para sustentar uma indústria moribunda que tem potencial para alimentar a próxima pandemia”.
O cultivo de vison foi iniciado nos EUA há mais de 150 anos, durante a Guerra Civil Americana, em Nova York. Estima-se que existam 250 fazendas de peles em 21 estados, que em 2021 movimentaram US$ 60 milhões com a venda de pele.
Várias cidades e estados nos EUA além de outros países estão proibindo a venda de peles. Em 2019, a Califórnia se tornou o primeiro estado a proibir a venda depois que medidas semelhantes foram aprovadas em Los Angeles, São Francisco, Berkeley e West Hollywood. Os países que proibiram ou estão eliminando a criação de visons incluem Canadá, Reino Unido, a Hungria e a Holanda, segundo o grupo.
Fonte: Um Só Planeta