Apesar da proibição, londrinenses soltam rojões na virada

Apesar da proibição, londrinenses soltam rojões na virada
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O decreto municipal nº 1.642, que proíbe o uso de fogos de artifício ou artefatos pirotécnicos que produzem barulho intenso, não foi suficiente para inibir os londrinenses de comemorarem a chegada do novo ano soltando rojões. Em todas as regiões da cidade, os estampidos foram ouvidos à meia-noite e pelo menos um animal morreu em decorrência da soltura de fogos. 

Barulhos de fogos foram ouvidos em várias regiões da cidade; nesta quarta haverá um balanço da fiscalização

O decreto foi assinado em 30 de novembro pelo prefeito Marcelo Belinati e regulamenta o artigo 234 do Código de Posturas do Município de Londrina. Segundo o documento, apenas artefatos que produzem efeitos visuais poderiam ser utilizados sob risco de multa no valor de R$ 500 em caso de descumprimento, com previsão de aumento do valor para os reincidentes.

Mesmo sob ameaça de multa, a população não se intimidou. Presidente da ADA (Associação Defensora dos Animais), Paula Miranda dos Santos vive na zona nortee disse que ficou animada durante o dia em razão da ausência de fogos, fato incomum para o dia 31 de dezembro. “Isso foi inédito. Percebi um avanço nesse sentido, mas por volta das 21 horas começaram a soltar muito rojão da mesma forma como sempre teve. As pessoas não respeitaram”, contou.

Na sede da ADA, uma chácara localizada na zona norte, estão abrigados 800 animais. Na noite da virada, comentou Santos, um dos animais, muito medroso, morreu assustado com o barulho dos rojões. “O cachorro morreu de medo. São muitos cães, não dá para controlar todos eles. Foi uma falta de respeito porque todo mundo sabe que ali tem a ADA, tem sinalização.”

O analista de sistemas Marcelo Camargo Kurozawa, morador da zona leste, também não conseguiu perceber os efeitos do decreto municipal. “Aqui na minha região, a comemoração aconteceu como em todos os outros anos, com muito barulho de rojões. Tenho uma mãe idosa e com problema de saúde, que dorme cedo independente do período do ano, e dois cachorros. Um deles sente muito medo. Passei a virada do ano acalmando minha mãe e meu cachorro. Leis não existem para serem cumpridas? Onde está o respeito”, questionou.

A presidente da ADA sugere ao poder público que melhore a fiscalização em dois pontos, tentando inibir a venda ilegal dos fogos e reforçando a fiscalização em pontos mais críticos. “Esses fogos são vendidos nas ruas, sem nota fiscal e sem licença para comercializar esse tipo de produto. A fiscalização também poderia ser reforçada em locais próximos à ONG (ADA) e hospitais também. Não são só os animais que sofrem”, ressaltou Santos.

A fiscalização do cumprimento da medida durante as festas de final de ano ficou sob a responsabilidade da Sema (Secretaria Municipal do Ambiente), Secretaria Municipal de Defesa Social, por meio da GM (Guarda Municipal), com apoio operacional da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). Segundo a GM, um balanço das ações de fiscalização deverá estar disponível nesta quarta-feira (2). Procurado pela reportagem, o secretário de Defesa Social, Evaristo Kuceki, disse que informações poderiam ser repassadas pelo diretor operacional da GM, Daniel Sakama, mas ele não foi localizado, assim como o secretário do Ambiente, Gilmar Domingues. Segundo a assessoria de imprensa da CMTU, informações deveria ser obtidas com a Sema.

Por Simoni Saris 

Fonte: Folha de Londrina

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