Após denúncia, equipe do CCZ investiga caso de maus-tratos a pitbull

Após denúncias de um possível caso de maus-tratos, uma equipe do CCZ (Coordenadoria de Controle de Zoonoses) e da Polícia Militar compareceram até a residência localizada na rua Dr. Cavalcante, bairro Vila Santa Doroteia, no final da tarde desta quinta-feira (10), para averiguar a situação.
O cachorro da raça pitbull foi encontrado em estado preocupante, magro e desnutrido. A reportagem entrou em contato com o tutor, que não quis se identificar. Posteriormente, ele afirmou à PM de que o animal está neste estado devido a um quadro de leishmaniose. Entretanto, durante a abordagem, não mostrou nenhum laudo que comprove o estado de saúde do cão.
Diante dos fatos, o animal permanecerá sobre a tutela do morador. Agentes do CCZ informaram que a legislação impede a entrada em situações em que o dono da propriedade não é considerado ausente, já que no local foi encontrado abrigo estável, água potável e ração.
Denúncias
Uma moradora da região, que optou por não se identificar, relatou a preocupante condição do cachorro. “Há cerca de quatro meses, notei que o cachorro estava definhando devido à má alimentação e falta de água. Ele é alimentado por pessoas que passam pelo local”, afirmou a moradora.
A denúncia foi intensificada quando imagens do pitbull, que estaria sendo negligenciado há cerca de dois meses, foram compartilhadas nas redes sociais. Segundo relatos, o animal frequentemente ficava sozinho na residência e estava visivelmente magro.
Francielly Lima, de 18 anos, é uma das pessoas que notou o estado do animal durante entregas que realizava na região. “Na semana passada, passei lá e vi que o cachorro estava pior, com diversos machucados”, disse uma pessoa que passa frequentemente em frente à residência.
“Após a repercussão da denúncia nas redes sociais, ontem fui até a casa e vi que a pessoa que mora lá colocou comida e água para o cachorro e o soltou, provavelmente porque ele estava amarrado há vários dias”, relatou a testemunha.
Em entrevista ao Campo Grande News, o delegado Maércio Barboza, da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), afirmou que recebeu denúncias sobre o caso. “Segundo informações dos moradores, o cão não estava sendo alimentado e sempre estava sozinho na residência. No entanto, não foram relatados casos de agressão física”.
O delegado também enfatizou que casos como esse são recorrentes. “Normalmente os cães são alimentados 2 vezes ao dia e não ficam sobras. Quanto a ficar só, muitas vezes, em casos em que vizinhos relatam “solidão” de cães os donos saem de manhã e retornam final do dia, após o trabalho”, explica Maércio.
Maus tratos – No Brasil, o abandono de animais é crime desde 1998, de acordo com a Lei Federal 9.605/98. Em 2020, com a aprovação da Lei Federal 14.064/20, teve-se o aumento da pena de maus-tratos com reclusão de dois a cinco anos, multa e proibição da guarda, quando se tratar de cão ou gato.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária, por meio da Resolução CFMV nº 1.236/2018, Art. 2, II, define como maus-tratos qualquer ato, direto ou indireto, comissivo ou omissivo, que intencionalmente ou por negligência, imperícia ou imprudência provoque dor ou sofrimento desnecessários aos animais.
Por Mylena Fraiha e Juliano Almeida
Fonte: Campo Grande News