Após morte de quarta girafa importada pelo BioParque, advogados ligados à defesa dos animais cobram acesso a informações

Após a morte da quarta das 18 girafas trazidas da África do Sul para Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro, o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal vai voltar a pedir na Justiça o acesso a todas as informações sobre o caso. A instituição alega que não tem conseguido esses dados e reitera o pedido de que representantes possam ingressar no local. Das 14 girafas que seguem no resort, outras cinco estão doentes, de acordo com o BioParque — empresa que trouxe os animais para o Brasil após compra e mantém os cuidados.
O Fórum pede que os animais sejam assistidos também por veterinários e biólogos de grupos de proteção que acompanham o processo. Um dos pontos neste momento, diz a advogada Ana Paula de Vasconcelos, que integra o Fórum, é não ter informações sobre a composição da equipe responsável pela necrópsia do animal morto no último sábado.
— O BioParque não atendeu nenhum dos requisitos legais, desde a vinda dos animais, com relação aos recintos necessários e ao enriquecimento ambiental. É o mínimo que deveriam ter já que estão em cativeiro. A justiça é morosa, denunciamos desde o ano passado. Vamos questionar isso, não podemos esperar que todas morreram para que algo seja feito. Já pedimos a guarda das girafas, visita com veterinários e biólogos. Vieram de maneira inadequada, indevida e ilegal. Já que estão aqui, deveriam ter assegurada a saúde. Não tivemos acesso a documentos legais. A necrópsia será feita por veterinários profissionais do BioParque, quando o correto é que os órgãos oficiais a fizessem. Ao menos um perito da Polícia Federal ou do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) deveria acompanhar, e não sabemos se vão — diz a advogada.
A Polícia Federal esteve no resort no último fim de semana e fez uma perícia no corpo da girafa.
Por Carolina Callegari
Fonte: Extra