Ativistas afirmam que a elefanta Happy é uma pessoa

Ativistas afirmam que a elefanta Happy é uma pessoa
Foto: Happy, o elefante – Richard Harbus

O elefante Happy não deveria planejar fazer suas malas ainda. Ativistas de direitos dos animais compareceram ao tribunal do Bronx (EUA) no último dia 16 e argumentaram que o paquiderme do zoológico do Bronx é um “ser autônomo” cuja “liberdade está sendo violada” por seu recinto solitário e apertado, e querem que ela seja transferida para um santuário.

Mas os advogados do zoológico retrucaram que Happy é bem feliz onde ela está, e que a ideia de lhe conceder “personalidade legal” para assegurar que seja transferida para algum outro lugar é ridícula.

“O que faria você pensar que Happy, que tem estado neste ambiente [zoológico] por 40 anos, seria capaz de sobreviver [em outro lugar]? O Juiz Alison Tuitt perguntou aos advogados da requerente, a organização NonHuman Rights Project (NHRP).

Steven Wise, que está ajudando a representar o grupo, disse que testemunhos de seus especialistas indicam que Happy “seria bem-vinda” pelos outros elefantes no santuário.

Mas o zoológico arguiu que Happy, de 48 anos, recebe amor e cuidado dos seus funcionários, e que movê-la agora poderia lhe causar dano.

“Se a NHRP estivesse verdadeiramente preocupada com a saúde ou o bem-estar de Happy, não estaria explorando-a para manter a sua agenda de estender personalidade legal aos animais nos noticiários”, declarou o zoológico em um pronunciamento.

A NonHuman Rights perdeu anteriormente uma batalha legal para ganhar atributo de pessoa para dois chimpanzés chamados Tommy e Kiko.

Tuitt falou para ambos os lados na situação do paquiderme para retornarem ao tribunal em outubro para outra audiência das moções remanescentes do caso.

O conto retorcido de Happy começou quando ela foi tirada de sua manada, provavelmente na Tailândia, no início de 1970, quando filhote e vendida por US$ 800 para uma companhia safari na Califórnia, de acordo com a NonHuman Rights.

Em 1977, Happy foi realocada no Zoológico do Bronx com outro elefante com quem ela tinha ficado, Grumpy.

A dupla acabou sendo colocada com duas outras elefantas, Maxine e Patty, que não se adaptou com Grumpy, ferindo mortamente o pobre tusker (elefante de presas grandes) em 2002.

O zoológico então removeu Happy, temendo um fim similar para ela se não o fizesse, e colocando-a com a elefanta chamada Sammie.

Em 2005, Happy ganhou fama como o primeiro elefante a “passar pelo teste de auto reconhecimento no espelho, considerado um indicador de autoconsciência”, disse a NonHuman.

Mas, tristemente, Sammie foi eutanasiada um ano depois pois sofria de insuficiência renal, e Happy vive sozinha desde então.

“Elefantes, por sua natureza, são animais de manada”, disse uma ativista de 72 anos da Ilha de Staten, que deu somente seu primeiro nome, Barbara, fora do tribunal naquele dia.

“Eles querem estar com suas mães e tias. Eles vagueiam pela selva por normalmente 35 milhas… Eles não são sedentários, confinados a pequenos espaços”.

O zoológico recusou-se a comentar depois do tribunal. O grupo de direitos dos animais processou o zoológico por causa de Happy no ano passado.

Por Shari Logan e Kate Sheehy / Tradução de Fátima C G Maciel 

Fonte: New York Post

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