Ativistas australianos protestam contra testes em animais na Victoria University

Ativistas australianos protestam contra testes em animais na Victoria University
Organizações de bem-estar animal, incluindo a New Zealand Anti-Vivisection Society e SAFE, estavam mobilizados no último dia 6, protestando contra o uso do Teste de Natação Forçada pela Victoria University.-Foto: Robert Kitchin/Stuff

Ativistas dos direitos dos animais levaram sua luta contra uma prática de testes, que consiste em ratos e camundongos “nadarem por suas vidas”, para as ruas, em protesto na Victoria University, em Wellington, Austrália.

 

No sábado, representantes de várias organizações de bem-estar animal se uniram à New Zealand Anti-Vivisection Society (NZAVS) em uma demonstração fora da universidade para aumentar a conscientização sobre suas práticas de testes em animais.

Liderados pela diretora executiva da NZAVS, Tara Jackson, os grupos pediram o fim do teste de natação forçada, que envolve a queda de um animal pequeno, tipicamente um rato, em um béquer d’água, onde eles são obrigados a nadar até desistirem.

Foi relatado em janeiro que as universidades de Otago e Victoria estavam usando o teste, que supostamente imita o modelo humano de depressão. É baseado na ideia de que um animal deprimido desiste de tentar escapar da água, enquanto um animal menos deprimido tenta sobreviver por mais tempo.

Na época, a Victoria University disse que o teste havia sido realizado duas vezes nos últimos cinco anos “como parte de um programa de pesquisa muito mais amplo que explora terapias potenciais baseadas em farmacologia para doenças mentais”.

Para Jackson, foram nove meses exigindo que as duas universidades desistissem da prática, mas ela disse que estavam havendo progressos.

“Esta não é apenas uma campanha na Nova Zelândia, é uma campanha em todo o mundo… Temos empresas farmacêuticas gigantes como a Johnson & Johnson que dizem ter proibido o uso deste teste e que não vão mais financiar pesquisas que o envolvam”.

A empresa farmacêutica da Fortune 500, Boehringer Ingelheim, também concordou em proibir experimentos de quase afogamento no início deste ano, após pedidos da organização de direitos dos animais PETA.

A fundadora e CEO da HUHA, Carolyn Press-McKenzie, fez dos animais parte da ação de protesto, trazendo o cão Reg e o leitão Bret McKenzie. – Foto: Robert Kitchin/Stuff

Localmente, no entanto, o trabalho ativista foi menos proveitoso, onde Jackson lutou para conseguir uma audiência com os responsáveis pelas decisões na Victoria University.

“Eu tentei muitas vezes me engajar, com a realização de uma reunião em pessoa, enviei correspondência a eles com as publicações mais recentes, provei que, cientificamente, esse teste é falho, mas até agora só silêncio”.

Em junho, um porta-voz da Victoria University disse ao site Stuff que o uso de animais “deve ser aprovado por um comitê de ética animal, que inclui representantes de organizações como a SPCA e NZ Veterinary Association”.

O grupo reunido recebeu muito apoio dos motoristas que passavam. – Foto: Robert Kitchin/Stuff

Todas as pesquisas com animais da Victoria University passaram por um forte escrutínio científico e ético antes que qualquer trabalho pudesse começar, disse a universidade.

“O teste de natação forçada é usado extensiva e internacionalmente para modelar aspectos da depressão. As pesquisas que empregam o teste são publicadas nas principais revistas científicas, com muitas centenas de artigos publicados a cada ano. Atualmente, não há trabalhos em andamento na Victoria University de Wellington que use o teste de natação forçada”.

A universidade apoia a liberdade de expressão e os direitos de qualquer grupo de realizar protestos pacíficos e legais, disse um porta-voz.

Dezenas de pessoas participaram do protesto de duas horas no Kelburn Parade de Wellington.-Foto: Robert Kitchin/Stuff

Jackson, que tem o apoio dos grupos SAFE, Speak Up For Animals, PETA Australia e HUHA, tinha uma mensagem simples para os que estão no poder:

“É hora de mudar… Não tenha vergonha de ter feito algo errado no passado, olhe para o futuro e veja o que é certo para os animais e para a ciência, e isto significa proibir esse teste terrível”.

Por Ruby Macandrew / Tradução de Ana Carolina Figueiredo

Fonte: Stuff

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