Ativistas de Nova York correm para salvar quase 300 galinhas que caíram da carroçaria de um caminhão de entrega
Os funcionários do Animal Care Centers of New York City (ACCNYC) correram para resgatar cerca de 300 galinhas mestiças da raça combatente abandonadas em um cruzamento movimentado no Brooklyn, Nova York, depois que caíram de um caminhão de entrega.
Mais de 250 galinhas sobreviveram. Apenas 14 necessitaram de cuidados veterinários, mas infelizmente, 30 morreram, segundo um porta-voz da ACCNYC.
O dono do matadouro responsável pelo transporte das galinhas, que estavam em jaulas e presumivelmente seriam destinadas ao uso no terrível e ultrapassado ritual judaico de Kapparot, recusou-se a resgatá-las, de acordo com Katy Hansen da ACCNYC.
O Kapparot, celebrado antes do Yom Kippur, o dia mais sagrado do judaísmo, envolve girar uma galinha viva sobre a cabeça três vezes e recitar uma oração para transferir os pecados para a ave. A galinha é então abatida e doada aos pobres.
Embora o dinheiro tenha substituído galinhas para muitos grupos judaicos nos últimos anos, a prática cruel continua nos bairros judeus ultra ortodoxos do Brooklyn. Cerca de 100.000 galinhas são abatidas em Nova York durante o Kapparot todos os anos, de acordo com o the New York Daily News.
O grupo de direitos dos animais Alliance To End Chickens as Kaporos tem travado uma batalha de anos contra o ritual agressivo. Em 2020, a entidade entrou com uma ação para pedir que a Secretaria municipal de Saúde proibisse a prática, que ocorre em vias públicas, com o argumento de que representa um grande risco para a saúde semelhante ao de um mercado de animais vivos asiático.
Organizações em Israel também têm lutado contra a prática tradicional, e alegam que sua natureza agressiva viola as leis de crueldade animal do país, que criminalizam a tortura de animais.
O ministro da Proteção Ambiental de Israel, Tamar Zandberg, um ativista de longa data dos direitos dos animais, entrou na controvérsia este ano quando pediu às comunidades religiosas do país que doassem dinheiro ao invés disso.
“Rabinos também se pronunciaram ao longo dos anos contra a prática, que envolve grande sofrimento dos animais, e as doações para a caridade transformam o mitzvah em algo ainda maior”, disse Zandberg.
Por Heidi Yanulis / Tradução de Bruno Fontanive
Fonte: Lady Freethinker