Ativistas de Zimbábue condenam decisão de controlar raiva exterminando cães a tiros

Na segunda-feira, ativistas dos direitos dos animais no Zimbábue condenaram a decisão do conselho da cidade de Bulawayo de abater a tiros cachorros de rua numa tentativa de limitar a incidência de raiva.
Tradução de Giovanna Ferraz
“Este é um método inaceitável sendo usado pelo município de Bulawayo e do departamento dos serviços veterinários”, afirma Edmund Lanca, presidente da Sociedade Nacional do Zimbabwe para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (SPCA), à Sapa.
Segundo o jornal Chronicle, controlado pelo Estado, 15 cães já tinham sido baleados no Cowdray Park, subúrbio de Bulawayo, depois que o Conselho disse que estava preocupado com a raiva.
Lanca disse à Sapa: “Eles [o Conselho] querem uma solução rápida. O mais triste é que esses animais de rua podem ter nomes.”.
Apesar disso, a relações-públicas do Conselho da cidade, Nesisa Mpofu de Bulawayo, disse ao Chronicle: “As pessoas devem amarrar seus cães e não deixá-los na rua, pois eles correm o risco de ser baleados. Este exercício tem o objetivo de evitar que o surto de raiva se espalhe.”.
Lanca disse à Sapa que cães de rua deverão ser emboscados e submetidos às eutanásias de maneira digna, com a vertente Harare do SPCA sacrificando até 30 cachorros por dia.
“O abate a tiros de cães de rua é inaceitável. Além do mais, a prática também oferece risco às pessoas”, disse ele.
Fogos de artifício também podem ter contribuído para que os cães se fugissem de suas respectivas casas e acabassem nas ruas.
“O triste é que esses animais de rua podem ter todos, e o problema é que acabamos de ter a festa do Ano Novo Chinês [em 19 de fevereiro] com fogos de artifício”, disse Lanca.
“Os cães ficam com medo, fogem de suas casas e ficam desaparecidos por dias.”