Atropelamentos de animais gera pedido de intervenção do poder público em SP

Atropelamentos de animais gera pedido de intervenção do poder público em SP
Acidentes são recorrentes na Nelson Barbieri (Foto: Milton Filho/CBN Araraquara)

Na vicinal Nelson Barbieri via que liga Araraquara a Gavião Peixoto – a velocidade é de 80km/h e o trânsito é fiscalizado por radar, nos dois sentidos.

O trecho é bastante movimentado, principalmente, durante o dia. Pelo local passam moradores e quem trabalha ou consome nas duas cidades.

Também é por aqui, que animais silvestres se abrigam na vegetação às margens da via. Refúgio para capivaras, cachorros do mato, tamanduás-mirins, dentre outros bichos.

O Gerente de Área de Proteção Ambiental da secretaria municipal de Meio Ambiente, João Henrique Barbosa, explica que isso acontece por conta da proximidade com uma nascente.

“Como é uma área verde e temos ali uma nascente, a do córrego do lajeado, você tem toda uma fauna e a presença dos animais ali é frequente. Eles não entendem que ali é uma pista, nós é que cortamos o ambiente. Então, devemos assumir a culpa desse processo de evolução”, explica.

Assim como os carros, esses animais também usam a via para chegar ao seu destino. No caso deles, são apenas 10 metros, para cruzar de uma margem a outra. E é aí que está o perigo.

O Marcos Antônio Munhoz já encontrou muitos animais atropelados. Ele mora no Portal das Laranjeiras há 11 anos um bairro de chácaras que fica nesta região.

“Na parte debaixo do nosso bairro, tem a represa do lajeado e, atravessando a vicinal, você tem a continuidade da água, que desce para outras fazendas. É uma trajetória de centenas de anos desses animais. Já localizamos capivaras, pacas, tamanduás, entre outros.

Em 6 anos, 14 animais foram vítimas de atropelamentos na vicinal Nelson Barbieri. Sendo que, sete deles nos últimos dois anos. É como se um animal fosse morto a cada seis meses.

O Capitão da Polícia Militar Ambiental, Diogo Araújo, lembra que, além das mortes contabilizadas, tem ainda aquelas que não são notificadas.

“A malha viária é enorme. Temos outras notificações de atropelamento de animais em outras áreas. Infelizmente, o atropelamento de animais na pista é um fato, mas há também aqueles que não é oficial, que é aquela que não tomamos conhecimento”, relata.

Diante desta realidade, os moradores da região organizaram um abaixo assinado, com 80 assinaturas, pedindo a intervenção do poder público.

Do pedido dos moradores e de uma reunião com a secretaria de Meio Ambiente saiu uma série de medidas que serão implementadas a curto, médio e longo prazo.

João Henrique Barbosa explica que o projeto mais audacioso prevê a construção de uma passagem de fauna sob a vicinal.

“A primeira seria a questão da educação ambiental, mostrar para a população que essa área existe e que tem certo risco, então, serão instaladas placas informando o risco de atropelamento. Outra medida é a construção de fauna mediterrânea”.

O Gerente de Área de Proteção Ambiental da secretaria municipal de Meio Ambiente de Araraquara afirma que todos os pontos onde estradas cortam os rios, há riscos de atropelamentos.

O Capitão da Polícia Militar Ambiental destaca que as queimadas também levam muitos animais a fugirem do seu habitat natural, se colocando em risco.
Para evitar atropelamentos, ele orienta os motoristas.

“Que ele trafegue dentro de limite de velocidade, faça a utilização do cinto de segurança e dos demais meio de segurança do veículo. Andar sempre com a lanterna acesa, trafegar com mais atenção e, mesmo que a estrada tenha canaviais, é preciso ter cuidado com os animais. Outro alerta é para que, caso atropele um animal, não pegue ele. A primeira coisa é chamar a concessionária ou o DER”, ressalta.

O Marcos Antônio Munhoz que mora no Portal das Laranjeiras há 11 anos diz que é possível conviver harmonia.

“Aqui recuperamos nossa chácara e 95% dela esta reflorestada. A quantidade de aves que voltaram foi grande e não interfere em nada nossa vida, pelo contrário, só embeleza e aumenta a biodiversidade que é necessário para nossa vida”, finaliza.

Por Milton Filho

Fonte: A Cidade ON

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