Baleia beluga retirada do rio Sena é eutanasiada durante tentativa de resgate

Baleia beluga retirada do rio Sena é eutanasiada durante tentativa de resgate
Veterinários cuidam da beluga que ficou presa no Sena perto de Notre Dame de la-Garenne. Normandia, madrugada de 9 para 10 de agosto de 2022. Animal teve de ser sacrificado horas depois. © JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP

A beluga que passou mais de uma semana perdida no Sena teve de ser sacrificada pelos veterinários nesta quarta-feira (10) depois de ter sido retirada do rio, a cerca de 70 km de Paris. O animal, originário das águas frias do Ártico, apresentava um estado de saúde extremamente frágil e havia parado completamente de se alimentar. A operação de resgate, que começou na noite de terça-feira (9) e durou toda a madrugada, foi inédita.

O estado de saúde do cetáceo de 4 metros e 800 quilos era considerado alarmante. Tratava-se de um macho, que apresentava grande perda de peso. Um animal adulto deveria pesar cerca de 4 toneladas. Segundo veterinários envolvidos na operação, o cetáceo não teria mais atividade digestiva, o que explica por que não se alimentava mais.

Foi “mais longo do que se imaginava”, mas “é um animal selvagem e era uma técnica nova, por isso tivemos de ir passo a passo”, descreveu a sub-prefeita da cidade de Evreux, Isabelle Dorliat-Pouzet, saudando o trabalho coletivo de cerca de 80 pessoas – mergulhadores, bombeiros, policiais, zoólogos, veterinários – envolvidas na operação.

“O momento em que a beluga foi retirada da água, na rede, foi extremamente intenso e estressante, porque ela se assustou, se mexeu. Foi bastante surpreendente”, testemunhou a subprefeita, que presenciou toda a operação.

O transporte da baleia em um caminhão refrigerado começou por volta das 7:30 da manhã hora local (2:20h em Brasília) desta quarta-feira em direção ao Porto de Ouistreham, também na Normandia, onde ela seria instalada em uma eclusa de água do mar por alguns dias, para ser melhor avaliada antes de ser libertada em mar aberto, se fosse possível.

Em entrevista à RFI na segunda-feira (8), a presidente da ONG Sea Shepherd, Lamya Essenlali, já apontava que “em função da evolução de seu estado, vamos ver se poderemos ajudá-la a chegar ao mar e tentar identificar a enfermidade que ela tem, para saber se é algo que podemos tratá-la, ou se é algo incurável e, neste caso, a natureza seguirá seu curso”, explicava.

Por Paloma Varón

Fonte: RFI

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