Batalhão de Proteção Ambiental em Mato Grosso já resgatou mais de 140 animais este ano; conheça o trabalho

Batalhão de Proteção Ambiental em Mato Grosso já resgatou mais de 140 animais este ano; conheça o trabalho
Foto: Juliana Alves

O Batalhão da Polícia Militar de Proteção Ambiental de Mato Grosso (BPMPA) resgatou, entre janeiro e março de 2019, 146 animais silvestres em Mato Grosso, e 39 foram devolvidos à natureza. Atualmente cerca de 150 animais resgatados ocupam a sede do BPMPA, em Várzea Grande, e alguns deles nunca mais voltarão à vida selvagem.

Localizado no bairro Novo Mundo, próximo ao trevo do Lagarto, em Várzea Grande, o Batalhão de Proteção Ambiental abriga atualmente corujas, araras, periquitos, papagaios, falcões, canários, macacos prego, e o amparo também se estende a animais como a onça-pintada.

O subtenente da Polícia Militar Juracir Medeiros, conta ao Circuito Mato Grosso que o trabalho do BPMPA é muito abrangente. Eles trabalham com a educação ambiental, ou seja, os policiais vão às escolas para levar conhecimento e consciência ambiental às crianças. Trabalham também com o resgate de animais silvestres por todo o Estado, nos centros urbanos e nas rodovias, e em uma parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) realizam triagem, manejo e encaminhamento dos animais salvos para parceiros, como a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que cuidam dos feridos.

Corujas estão vivendo no Batalhão de Proteção Ambiental.(Foto: Juliana Alves)

Por último, o subtenente explicou que trabalham com a fiscalização e abordagens nas rodovias federais e estaduais no combate ao crime de tráfico de animais silvestres, além de outros ilícitos ambientais.

“Diariamente nós temos muitas solicitações de resgates de animais e a maioria dos animais são resgatados nos centros urbanos, que é Cuiabá e Várzea Grande. Por algum motivo o animal adentrou a casa de alguma pessoa e nós somos solicitados para retirar aquele animal da situação de perigo de morte que ele se encontra. Se esse animal encontra-se em perfeitas condições de sobreviver na natureza, nós realizamos a soltura imediata”, explica Medeiros.

Segundo Medeiros, os animais mais resgatados são as aves, em segundo lugar os répteis e em terceiro os mamíferos. “Os animais que chamam mais a atenção são os felinos, como a onça pintada e onça parda, que também são vítimas de atropelamentos. Por muitas vezes já encontramos esses animais em óbito”.

Macacos prego sendo alimentados pelo Subtenente Medeiros.(Foto: Juliana Alves)

Após o primeiro tratamento ao animal nas universidades parceiras, ele é devolvido ao batalhão que busca recuperá-lo, para que assim ele possa ser reinserido no meio ambiente. Os que voltam a se acostumar com a natureza são soltos no bioma específico para a sua espécie.

Alguns dos resgatados, como os papagaios, possuem características de domésticos e isso acaba ocasionando uma demora no tempo para readaptação e reinserção dele na natureza. Alguns nunca mais vão conseguir se readaptar, nesses casos há casos de pessoas que se cadastram na Sema e podem se tornar tutores dessas aves que não tem mais condições de retornar a natureza.

Sobre denúncias e conscientização

O Subtenente explica que as denúncias que são de responsabilidade do BPMPA, como o tráfico de animais e o resgate deles, podem ser realizadas através do número 190 ou (65) 3684-4244/1633.

Medeiros explica que há poucas denúncias sobre tráfico de animais, e que ele acredita que a população ainda não vê o aprisionamento das espécies selvagens como crime. A maioria dos acionamentos são pessoas solicitando o resgate de algum animal que apareceu na casa dela.

O policial explica que a orientação é de que não se tente capturar o animal, que pode estar assustado e há a possibilidade de agressão, como reação. O batalhão recomenda que o cidadão acione através dos números indicados e fique por perto, observando onde o animal está localizado ou escondido, para poder indicar o local exato à equipe.

Criar um animal silvestre sem as devidas autorizações legais é crime. Dentro do batalhão há muitas histórias, como a de um papagaio que perdeu a visão dos dois olhos, não pode retornar à natureza e com a dificuldade acabou se tornando agressivo para poder ser criado em um lar. O subtenente explica que muitas coisas podem ter ocasionado a cegueira, como a alimentação inadequada da ave, enquanto ele era criado como animal doméstico.

Há outros animais ali que estão machucados, como uma coruja que está com a asa amputada, mas muitos deles são assustados e agressivos, pois já sofreram muito enquanto estavam encarcerados.

Por Juliana Alves

Fonte: Circuito Mato Grosso

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