Bebê lontra atacada por cão não poderá ser devolvida para a natureza
A pequena lontra que foi resgatada após ser atacada por um cachorro às margens do Rio Preto, em Itanhaém, no litoral de São Paulo, não voltará a viver na natureza. Segundo os biólogos, por ter cerca de quatro meses de vida, ela não conseguirá sobreviver sem cuidados. Por isso, deve ser encaminhada a alguma instituição.
No dia 25 de junho, uma moradora do Jardim Oásis chamou o Instituto Gremar Resgate e Reabilitação de Animais Marinhos, que realiza monitoramento ambiental e reabilitação de animais vitimizados, após encontrar a lontra. O filho dela achou o animal na parte rasa do Rio Preto e um cachorro teria tentado atacar o filhote, o que causou ferimentos no corpo do animal.
A equipe do Gremar prestou os primeiros atendimentos e resgatou a lontra fêmea da espécie longicaudis. Ela aparentava estar desidratada após os primeiros exames feitos no Instituto. O tratamento seguiu à base de fluidoterapia, medicamentos para dor e antibióticos. Os profissionais, primeiramente, trataram a lesão provocada pelo cão. Alguns dias depois, a lontra foi transferida para a Base de Reabilitação do Gremar no Guarujá, onde está até agora.
Após 15 dias, a ferida já estava cicatrizada e os especialistas partiram para a segunda etapa da reabilitação: ensinar a lontrinha a caçar, comer sozinha, nadar e saber se defender na natureza. Segundo a bióloga responsável da instituição, Rosane Farah, a lontra respondeu muito bem ao tratamento. Quando chegou no local, tinha apenas 900 gramas e agora já está com 1,5 kg.
Depois de estudos e pesquisas, os especialistas do Gremar decidiram que a lontra terá que ser encaminhada a algum aquário ou zoológico do país, já que não apresenta resistência para sobreviver na natureza.
“Ela precisava de cuidados maternos. A nossa missão principal é a reintrodução na natureza. A gente evita o contato com o animal. Nesse caso, ela não fazia nada sozinha, acabou se adaptando ao ser humano. Por ser bem filhote, não sabe ir atrás do alimento.
Fisicamente, nutricionalmente e clinicamente ela está bem. Vamos começar a procurar um local que possa recebê-la. Prezamos pelo bem estar do animal”, explica Rosane.
O Gremar já está entrando em contato com instituições interessadas em receber o animal. A estimativa é que a lontra seja encaminhada em torno de 10 a 15 dias para um novo habitat.