Cabine ‘anti-estresse’ com cães e gatos causa polemica em Buenos Aires, Argentina

Cabine ‘anti-estresse’ com cães e gatos causa polemica em Buenos Aires, Argentina
Cabine. Tem grama sintética e é possível permanecer 15 minutos. A ideia foi trazida de Los Angeles. (Foto:GCBA)

Trata-se de uma cabine com vidros transparentes em que os moradores – além de relaxar ouvindo música– também podem acariciar animais durante 15 minutos, como parte de uma terapia anti-estresse.

Dentro do cubículo, e sobre uma grama sintética, a pessoa pode se acomodar em um almofadão, após receber fones de ouvido com música relaxante, aí então os cães e gatos entram. O movimento, que teve sua origem na cidade de Los Angeles, teve rejeição de animalistas e de protetores pela utilização dos animais na cabine.

Já o Ministério de Ambiente e Espaço Público, órgão responsável pela atividade, explicou ao jornal PERFIL que o objetivo da iniciativa é “gerar uma conscientização maior sobre os benefícios da adoção e da posse responsável de animais de estimação”. “Uma vez que o visitante consiga relaxar-se, uma locução pede para que abram os olhos: e então verá que está rodeado de filhotes caninos ou felinos. Imediatamente é possível ver a mudança de humor no rosto das pessoas, com menos estresse e mais alegria”, argumentaram.

Os interessados em participar, devem preencher um formulário com seus dados pessoais, e informar se são alérgicos ou tem algum tipo de fobia aos animais. Na saída, são consultados de como viveram a experiência e se estão dispostos a adotar um dos animais de estimação com os quais interagiram.

Também informaram que a cabine seguirá rotando pelas diferentes praças da cidade sem aviso prévio dos locais, surpreendendo assim os transeuntes.

Após a aparição da cabine no bairro de Palermo, as redes sociais reclamaram com os moradores do bairro que a definiram como “ridícula” e que são “gastos desnecessários de impostos”, entre outros.

Uma observação. Para garantir o bem-estar dos animais, a cabine permanece aberta na praça durante três horas, enquanto que cada pessoa pode estar apenas 15 minutos dentro do cubículo. As ONGs que trabalham com proteção de animais na cidade, cuidam para que os filhotes que participam desta atividade estejam bem, enquanto esperam para que uma família os adote.

“Eu acho uma vergonha que filhotes de dois e três meses sejam utilizados para desestressar a uma pessoa que trabalha em um escritório. Os animais estão sendo expostos a situações que não tem a ver com sua essência. Embora seja uma experiência piloto, os direitos dos animais estão sendo violados sem nenhum amparo. Estamos analisando os passos a seguir para interromper esta iniciativa”, assegurou Malala Fontán, titular de SinZoo, que zela pelos direitos dos animais.

Já a Secretaria Municipal de Espaço Público argumentou que há um grupo de veterinários trabalhando juntamente na cabine, e que verificam a hidratação dos filhotes e a temperatura ambiente. E se defenderam das críticas: “Graças a esta e outras políticas, as adoções responsáveis aumentaram em mais de 160%”, garantem.

Por Claudio Corsalini / Tradução de Flavia Luchetti

Fonte: Perfil

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