Caçadores de capivaras em parques de Curitiba é “lenda urbana”, diz Polícia Ambiental do PR

Caçadores de capivaras em parques de Curitiba é “lenda urbana”, diz Polícia Ambiental do PR
Foto: Lineu Filho/Arquivo/Tribuna do Paraná

Depois da reportagem da Tribuna que falou sobre a morte de filhotes de capivaras no Parque São José, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, leitores entraram em contato com a redação afirmando que casos semelhantes ocorrem em parques da capital. No caso da capivaras, havia suspeita de que os animais silvestres poderiam ter sido feridos por caçadores clandestinos usando arco e flecha.

Apesar dessas denúncias dos leitores sobre possíveis ocorrências de mortes de animais por caçadores em Curitiba, as autoridades ambientais e afirmam que as mortes têm outras motivações que não a ação humana.

O capitão Nairo, do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb-FV), afirmou à reportagem que a suposta ação de caçadores com arco e flecha nos parques não passa de uma lenda urbana que não se sustenta nos fatos.

“Criaram essa história de que existe um ‘Robin Hood’ flechando capivaras no Parque São José e isso não existe. Se existisse mesmo alguém caçando os animais com arco e flecha, como é que essa pessoa não seria notada? Como ela andaria pelo parque sem ser vista? E se ele atacasse os animais durante a noite, como ele conseguiria acertar os animais na escuridão? Não existe arco e flecha com mira noturna”, afirma o capitão.

Filhote de capivara encontrado morto no Parque São José. Foto: Colaboração
Filhote de capivara encontrado morto no Parque São José. Foto: Colaboração

Ainda segundo Nairo, a sede do Batalhão de Polícia Ambiental que fica no Parque São José jamais registrou qualquer ação dessa natureza no local. O capitão atribui as mortes das capivaras no parque ao ataque de cães, que teriam sido abandonados na região por irresponsabilidade de seus antigos tutores.

“Nós temos, aqui no parque, um espaço exclusivo para os cães e, infelizmente, temos casos de animais que são abandonados por aqui. Eventualmente, esses cães soltos na região podem atacar as capivaras, por isso é importante também conscientizar as pessoas para evitar que esses casos de abandono se repitam”, explica.

Outros parques

Sobre a ação de caçadores em outros parques da região, o capitão Nairo também afirma que a Força Verde não tem conhecimento de nenhum caso. “Os parques municipais são protegidos pelas Guardas Municipais, mas mesmo assim jamais chegou até nós a informação de que algo semelhante estaria acontecendo”, complementa.

A Força Verde destaca que qualquer pessoa que testemunhar a eventual ação de um caçador – ou qualquer outro crime ambiental – pode fazer uma denúncia pelo telefone 181. A pessoa não precisa se identificar, pois a denúncia pode ser feita de forma anônima.

“Com essas denúncias e também com nossas ações de fiscalização, realizamos várias apreensões de armas de caçadores, especialmente no Parque Nacional do Iguaçu, que é uma das áreas que temos a responsabilidade de proteger. E esses casos são de natureza muito diversa dessa suposta ação de arqueiros nos parques urbanos”, conclui o capitão.

Além do Parque Nacional do Iguaçu, onde estão as Cataratas de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, o BPAmb-FV é responsável pela fiscalização e proteção de outras 69 unidades de conservação no Paraná. Há combate à caça, pesca e ao desmatamento ilegal, entre outros crimes ambientais.

Por Luciano Balarotti

Fonte: Tribuna

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