Cachorro baleado por armadilha de caçadores no interior de Teresópolis está recuperado

Cachorro baleado por armadilha de caçadores no interior de Teresópolis está recuperado
Através das redes sociais, os tutores divulgaram informações sobre a recuperação do simpático cachorro

Em junho passado, O Diário contou a história do cãozinho “Lucky”, que por muito pouco não teve a vida abreviada graças a uma ação criminosa registrada em um sítio na localidade de Santa Rita, Segundo Distrito do município.

O “SRD” foi atingido por uma saraivada de munições, disparada graças a uma armadilha montada por caçadores na área particular, precisando de grande intervenção médica para que o pior não acontecesse.

Essa semana, através das redes sociais, os tutores divulgaram informações sobre a recuperação do simpático cachorro. “Graças a Deus ele está bem, sem sequelas, apesar das 33 cápsulas de chumbo retiradas do tórax dele. Três ficaram… Agradecemos a todos que torceram por ele”, informa nota na página do Sítio Saíra Azul.

Luck foi baleado enquanto fazia o que sempre gostou, “explorar” as matas no entorno da propriedade, onde havia um trabuco, uma arma artesanal montada por caçadores
Luck foi baleado enquanto fazia o que sempre gostou, “explorar” as matas no entorno da propriedade, onde havia um trabuco, uma arma artesanal montada por caçadores

Ele foi atingido enquanto fazia o que sempre gostou, “explorar” as matas no entorno da propriedade, onde havia um trabuco, uma arma artesanal montada por caçadores. “Nós estávamos trabalhando nas estufas, colhendo, quando escutamos o barulho do sítio. Como nosso cachorro tinha entrado lá, fomos ver e ele já veio correndo com um enorme buraco nas costas”, relatou na ocasião a produtora rural Esther Farinha. “O pegamos correndo e levamos para uma clínica veterinária. Passou por horas de cirurgia, ficou entre a vida e a morte, mas acreditamos que vai sobreviver porque não foram atingidos órgãos vitais”, adiantou, na época, a tutora de Lucky.

Com a ajuda de agentes do meio ambiente lotados no Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, vizinho à propriedade invadida pelos caçadores, Esther encontrou o trabuco de calibre 12, que foi recolhido e apreendido pela polícia. “Ele dispara várias bolinhas de chumbinho e estava armado a poucos metros da cerca da minha linha de produção, ou seja, poderia ter atingido uma pessoa que inadvertidamente passasse por ali. Além disso, estava a poucos metros da estrada que liga Santa Rita ao Vale do Cuiabá, uma área muito habitada. Há caçadores atuando na região, quem mora lá conhece, queremos que seja alertado que esse tipo de coisa, além de crime ambiental, pode matar uma pessoa”, enfatiza Esther, que registrou o caso na 110ª Delegacia de Polícia. “Não vou me calar. Alguém pode morrer por causa dessa prática”, enfatizou a produtora, alertando que o delito realizado por caçadores pode também prejudicar outro segmento. “O governo municipal fala em incentivar o turismo, inclusive o turismo rural, mas como o montanhista, o visitante, pode andar tranquilo em uma trilha dessas?”, atenta.

“Graças a Deus ele está bem, sem sequelas, apesar das 33 cápsulas de chumbo retiradas do tórax dele. Três ficaram… Agradecemos a todos que torceram por ele”, informa nota na página do Sítio Saíra Azul
“Graças a Deus ele está bem, sem sequelas, apesar das 33 cápsulas de chumbo retiradas do tórax dele. Três ficaram… Agradecemos a todos que torceram por ele”, informa nota na página do Sítio Saíra Azul

Polícia ambiental

Quando havia no município sede da UPAM – Unidade de Policiamento Ambiental, a UPAM Três Picos, que ficava baseada na Fazenda Ermitage, a fiscalização contra esse e outros crimes ambientais era mais rígida. Hoje, tal grupamento da Polícia Militar está na cidade de Cachoeiras de Macacu, portanto realizando com menor frequência operações em Teresópolis. Mas, havendo elementos para investigação e prevenção, viaturas são deslocadas para o município. O Linha Verde reforça a solicitação para que a população continue denunciando crimes ambientais através do telefone 0300 253 1177 (interior, custo de ligação local), além do APP “Disque Denúncia RJ” disponível para celulares.

Por essa modalidade, o denunciante pode enviar fotos e vídeos, com a garantia do anonimato. É possível denunciar também através da página do Linha Verde no facebook, www.facebook.com/linhaverdedd ou ainda pelo site do Disque Denúncia (www.disquedenuncia.org.br). Lembrando que em todos os canais, o anonimato é garantido ao denunciante.

Por Marcello Medeiros

Fonte: O Diário de Teresópolis

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