Cachorro deixado em pet shop no DF foi morto por asfixia e hemorragia

Cachorro deixado em pet shop no DF foi morto por asfixia e hemorragia

A morte do cachorrinho Flock está sendo investigada no Distrito Federal. O cão da raça Spitz morreu em uma clínica veterinária da Asa Norte, após ter sido deixado no local para banho e tosa. Segundo laudo produzido pela Universidade de Brasília (UnB), o animal de estimação foi a óbito em decorrência de asfixia e hemorragia.

Para a advogada e ativista de direito animal Ana Paula Vasconcelos, o exame indica que Flock não morreu de mal súbito. “Algo muito ruim aconteceu. Isso está claro”, disse.

Logo após a morte do cachorro, a tutora de Flock, a empresária Larissa Marques de Carvalho, de 34 anos, registrou boletim de ocorrência (BO) na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

“Nas fotos, é possível ver um grande hematoma na cabeça dele decorrente de ação contundente. Impressiona também os hematomas nos testículos do animal”, ponderou Ana Paula. O documento também aponta perda expressiva de sangue na cavidade abdominal de Flock.

Confira os apontamentos do laudo da UnB:

“O animal em tela com 1,82 kg de peso perdeu aproximadamente 48% do volume de sangue total para a cavidade abdominal, resultando em choque hipovolêmico e morte”, detalhou o documento da UnB.

O laudo não conseguiu identificar a causa da ruptura arterial. O cachorrinho, contudo, apresentou lesões traumáticas na mucosa oral e na região occipital (cabeça) “que demonstram ação contundente mecânica que podem ou não estar associadas aos eventos concomitantes que levaram a ruptura vascular e hemorragia”, destacou o laudo.

Veja imagens da perícia. Atenção: cenas fortes!

Segundo o documento, a asfixia pode ter sido desencadeada pelo estresse durante procedimentos.

O caso

O caso de Flock chegou ao conhecimento público após a tutora divulgar desabafo emocionado, em 15 de setembro, depois de o animal morrer durante procedimento na clínica Personal Dog, na Asa Norte. Larissa deixou o cão para banho e tosa, mas quando foi buscá-lo o encontrou sem vida.

No dia da morte de Flock, Larissa disse ter recebido uma ligação do pet shop informando que teria acontecido uma “intercorrência”. “Eu saí correndo. Quando cheguei lá, ele falou que estava há duas horas tentando reanimar o meu cachorro. E não me ligou. Não me deu nem oportunidade de levá-lo para outro lugar. Me entregaram ele morto”, relatou.

Na ocasião, o Metrópoles entrevistou o médico veterinário e proprietário da Personal Dog, Luís Gustavo Silveira, que confirmou a versão de que o cão estava no estabelecimento para tosa e banho. Ele pontuou que, no momento de secar e pentear o animal, Flock desmaiou e ficou inconsciente.

“Sou o veterinário da clínica e fiz todos os procedimentos de reanimação. Infelizmente, o cão não resistiu e faleceu. Comunicamos a dona logo após tentarmos reanimá-lo. Eu não acompanhava o cão e não sei se ele já tinha alguma doença pré-existente”, pontuou.

O proprietário contou que a tutora do animal chegou bastante nervosa ao estabelecimento e não foi possível conversar com ela.

“Tentamos salvar o cachorro”

“Nós tentamos salvar o cachorro. Ela chegou e não teve a intenção de saber o que aconteceu. Estava alterada, quebrou o interior da loja e também ameaçou os funcionários. Foi necessário acionar a polícia, que levou a tutora até a delegacia, e registramos o boletim de ocorrência. Infelizmente, não houve um diálogo. Não teve como conversar com ela. O nosso advogado vai acompanhar o caso”, afirmou Silveira.

O pet shop também registrou BO na PCDF. Neste caso, a polícia apura o crime de dano, uma vez que a dona do cachorro, exaltada e no calor do momento, danificou bens da clínica.

Outro lado

Na tarde dessa quinta-feira (21/10), o Metrópoles entrou em contato com a Personal Dog para ouvir o posicionamento da clínica sobre o laudo da UnB. Em nota, a clínica afirmou desconhecer o teor do documento e disse que só irá se manifestar após ter acesso ao conteúdo.

A clínica também expressou profundo pesar pela morte de Flock. Segundo a nota, o estabelecimento está à disposição para colaborar com a apuração do caso e solidário ao sofrimento da família.

Leia a nota da Personal Dog na íntegra:

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Nota – Personal Dog by Metropoles

Por Francisco Dutra

Fonte: Metrópoles

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