Cachorro vítima de zoofilia é resgatado em Petrolina (PE) e recebe cuidados antes de ir para adoção

Cachorro vítima de zoofilia é resgatado em Petrolina (PE) e recebe cuidados antes de ir para adoção
Romu e a veterinária Juliana Siqueira, que participou do resgate do animal — Foto: Reprodução / TV Grande Rio

Mais um caso de maus-tratos aos animais foi registrado em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O caso aconteceu no bairro Vale do Grande Rio. Além de sinais de agressão e desnutrição, também há suspeita de que o cachorro tenha sido vítima de zoofilia, que é a prática de ato sexual entre humanos e animais.

VÍDEO: Caso de maus-tratos contra animal foi denunciado em Petrolina, no Vale do Grande Rio

O cachorro, de raça indefinida, tem aproximadamente sete anos de idade. A veterinária Juliana Siqueira participou da ação de resgate. “O animal estava bem assustado, visivelmente desidratado. Em seguida a gente também percebeu que ele estava bem faminto, com uma infestação de pulgas, carrapatos. Presença de sangue em região de cabeça, escoriações no pezinho e ele estava a cara de quem é vítima de negligência”, diz a veterinária.

A população teve papel decisivo para salvar o animal do agressor. Segundo testemunhas, o suspeito de cometer os maus-tratos já tinha um histórico com outros animais, mas até o momento ainda não foi identificado pela polícia, que abriu inquérito para investigar o caso.

“Tem informações que, possivelmente, seja uma pessoa com problema de alcoolemia, e que a vizinhança já teria noticiado outros maus-tratos com outros animais, mas está sendo apurado, está sobre a responsabilidade da Delegacia 214, que é a delegacia responsável”, afirma o delegado Andrei Rocha, destacando que com a abertura do inquérito a Polícia Civil vai em busca do suspeito.

De acordo com o delegado, caso fiquem comprovados os maus-tratos, o suspeito será indiciado pelo Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais. “Lembrando que não precisa ser necessariamente uma violência física, nós também trabalhamos com violência psíquica”, diz Andrei Rocha, ressaltando que a pena para esse tipo de crime vai de dois a cinco anos de prisão.

Desde 2020 as punições para quem pratica maus-tratos contra cães e gatos estão mais severas. Além de prisão, que pode chegar a cinco anos, tem multa e proibição da guarda. O caso de Petrolina só teve desfecho positivo porque a população foi ativa e denunciou o crime. Além da Polícia Civil, as pessoas também podem acionar os órgãos municipais. Em Petrolina, é possível acionar os números 153 e 156.

“Em relação a população, que sejam registrados vídeos, fotografias ou a prova testemunhal. Isso é suficiente. Mais uma vez lembrar, que quando combatemos o crime de maus-tratos, nós combatemos também a violência em qualquer das suas situações. Estamos protegendo a sociedade como um todo”, explica a advogada Pâmela durando.

Após o resgate e início do tratamento veterinário, o cão ganhou o nome temporário de Romu, em homenagem a ação policial. O animal foi tratado e vai ser castrado. Depois disso fica disponível para adoção. “Agora é só felicidade, não é Romu?”, diz a veterinária.

Em nota, a prefeitura de Petrolina informou que desde 2017 o município conta com Conselho Municipal de Proteção Animal. Ainda segundo a nota, o município dispõe da Patrulha Animal, que tem como objetivo atender as demandas relacionadas a maus-tratos de animais. “A equipe que faz esse trabalho, conta com uma veterinária, que se desloca até o endereço da denúncia e segue o protocolo de segurança pública”.

“Através do programa “EDUCANVISA”, coordenado pela equipe da Agência Municipal de Vigilância Sanitária, os técnicos levam até as escolas orientações sobre saúde pessoal, corporal e meio ambiente. Durante as ações educativas, também são abordados crimes de maus-tratos, assim é possível que esses índices diminuam”, diz a prefeitura.

Fonte: g1

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