Cachorros estariam sendo eletrocutados no Centro de Zoonoses de Barras, PI

Cachorros estariam sendo eletrocutados no Centro de Zoonoses de Barras, PI
Cachorro com os cabos que utilizam para a realização da Eutanásia (Foto: Reprodução/Instagram)

Vídeos circulam nas redes sociais sobre uma suposta prática de eletrocutar animais, realizada no Centro de Zoonoses de Barras, município localizado a cerca de 120km da capital Teresina.

A denúncia teria sido realizada por um vizinho, segundo o site de notícias “Barras é Notícia”. Ele não quis se identificar, mas divulgou imagens que mostram os aparelhos que estariam sendo supostamente utilizados na realização da prática.

Veja o vídeo:

Veterinário nega

Em entrevista, o veterinário, Elivelton Luis, responsável pelo Centro de Zoonoses afirma que não é verdade que os cachorros são mortos ainda vivos. Segundo eles, são sedados antes de serem eletrocutados.

“Quando iniciamos essa nova gestão foi uma das primeiras coisas a serem feitas, antes não faziam a sedação, mas hoje todo animal que vai realizar a eutanásia é sedado antes de ser eletrocutado”, afirmou o veterinário. Assista vídeo de sua fala: 

Vizinho garante ter escutado

Após as afirmações do veterinário, um morador que é vizinho do Centro de Zoonoses afirmou que diariamente o sacrifício desses animais tem acontecido e que inclusive da sua casa ele consegue escutar o barulho dos cachorros sofrendo no momento que estão sendo eletrocutados.

Ao OitoMeia o Delegado da Polícia Civil de Barras, Alisson Landin, disse que registrou, de ofício, um boletim de ocorrência para apurar as possíveis causas de maus tratos aos animais custodiados pelo Centro de Zoonoses da Prefeitura Municipal de Barras. O caso segue sob investigação.

Caso gerou repercussão nacional 

O delegado de São Paulo (SP), Bruno Lira, bastante conhecido nas redes sociais por defender a causa animal, compartilhou o vídeo sobre o caso e pediu investigação sobre os supostos maus-tratos. “Oficiei à Prefeitura de Barras/Piauí para que medidas administrativas sejam adotadas para investigar e punir os responsáveis por essa barbárie”, disse na postagem.

(Foto: Reprodução/Instagram)
(Foto: Reprodução/Instagram)

Através de nota nas redes sociais a Prefeitura de Barras, juntamente com a direção do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) afirmou que a prática é realizada em animais que testam positivo para Calazar ou leishmaniose avançada e que o CCZ obedece a um protocolo legal recomendado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinaria.

Confira a nota na íntegra 

A direção do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vem a público esclarecer que, no tocante ao controle do Calazar, o CCZ obedece a um protocolo legal recomendado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinaria, que tem por objetivo evitar que cães que precisam ser sacrificados passem por sofrimentos.

A rotina inclui realização de teste rápido para o calazar. Este dando positivo, a equipe do CCZ juntamente com os agentes de endemias, submetem o cão a um exame mais específico: uma sorologia sanguínea, que é enviada ao LACEN. Dependendo do resultado – positivo ou negativo – e das condições clínicas, o animal pode ser destinado a eutanásia.

No CCZ, a eutanásia é feita, com o animal previamente sedado, anestesiado, através da utilização do pré-anestésico Acepran. Depois com o anestésico Ketamina, composição esta que impossibilita o animal a sentir qualquer dor mínima, como também impede que passe por sofrimento.Nos casos de leishmaniose avançada, o sacrifício é inevitável porque, além dos cães, as pessoas podem ser contaminadas, ficar com sequelas graves e até morrer em decorrência da enfermidade. A propagação precisa ser evitada para a proteger a população.

Fonte: Oito Meia

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