‘Cadê Juninho?’: voluntários fazem campanha para encontrar gato retirado de UPA e perdido em MG

‘Cadê Juninho?’: voluntários fazem campanha para encontrar gato retirado de UPA e perdido em MG
'Cadê Juninho?': voluntários fazem campanha para encontrar gato comunitário desaparecido em MG — Foto: Redes Sociais

Um gato comunitário, conhecido como Juninho, está desaparecido há quase um mês em Poços de Caldas (MG). Desde o sumiço, diversos voluntários do Sul de Minas estão se mobilizando em busca do felino. Já tem até recompensa prometida: R$ 2 mil para quem encontrá-lo.

Até dia 25 de abril, Juninho ficava no estacionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Ele foi retirado de lá pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas o animal teria fugido do carro que o transportava ainda durante o trajeto.

Por ser um gato comunitário, conhecido e querido nas redondezas, o desaparecimento de Juninho comoveu protetores da causa animal, moradores da cidade e principalmente servidores da UPA – que cuidavam diariamente do animal há pelo menos quatro anos.

'Cadê Juninho?': voluntários fazem campanha para encontrar gato comunitário desparecido em MG — Foto: Reprodução / Redes Sociais
‘Cadê Juninho?’: voluntários fazem campanha para encontrar gato comunitário desparecido em MG — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Registro na polícia

Conforme o boletim de ocorrência da Polícia Militar, na tarde de 25 de abril, o animal foi retirado das dependências da UPA. Servidores alegaram que ninguém foi comunicado sobre o fato, pois, se soubessem, “teriam arrumado outro lugar para ele antes”.

O boletim ainda diz que a ordem de retirar o animal teria partido da chefia da zoonoses. Já o pedido, teria partido da administração da UPA. Os funcionários do CCZ ainda relataram para a polícia que durante o transporte do gato, ele foi perdido.

“Foi transportado em um carro, dentro de uma caixa no porta-malas, tudo de forma improvisada. […] Fugiu nas imediações do bairro Maria Imaculada, com o veículo em movimento”, diz o boletim de ocorrência.

Os funcionários do Centro de Controle de Zoonoses disseram à PM que não encontraram nenhum documento que desse conta do motivo da captura do animal, muito menos sobre a fuga. Ainda conforme relatado, toda ordem de retirada do felino foi “repassada de forma informal e verbal”.

Ainda segundo o registro, no CCZ havia um quadro informando que “a partir do dia 9 de janeiro de 2023 seriam somente recolhidos animais com zoonoses”. No quadro, ainda era possível ainda ver a legislação que fala sobre o animal comunitário.

Vínculo com o gato

Um dos servidores da UPA explicou que gatos são abandonados com frequência nas redondezas da unidade. Por isso, de forma voluntária, diversos colaboradores se mobilizam para cuidar, castrar e vermifugar. Eles também procuram um lar para os animais.

Juninho era um desses gatos que apareceu por lá e ficou. Há pelo menos quatro anos ele vivia no local. Chegou a ser adotado pelo menos duas vezes, mas fugia e sempre conseguia voltar para a UPA.

“Quando veio a pandemia foi uma terapia pra nós. Todo mundo cansado, estressado, saia lá para jantar ou tomar café, já tinha aquele alívio. Ficava brincando com ele um pouquinho”.

'Cadê Juninho?': voluntários fazem campanha para encontrar gato comunitário desaparecido em MG — Foto: Redes Sociais
‘Cadê Juninho?’: voluntários fazem campanha para encontrar gato comunitário desaparecido em MG — Foto: Redes Sociais

Ainda conforme um servidor, no decorrer dos anos, o corpo de direção administrativa da UPA mudou diversas vezes. De acordo com os relatos, não havia nenhuma implicância com o animal, até então.

Os servidores argumentam ainda que conforme a Lei Estadual n.º 23.863/2016, “é assegurado a qualquer cidadão o direito de fornecer em espaços públicos […] alimento e água aos animais em situação de rua, inclusive aos cães e gatos comunitários”.

Recolhimento do animal

O Centro de Controle de Zoonoses informou ter recebido diversas denúncias de profissionais e de pacientes sobre a presença do gato na UPA. Por isso, com base nas informações recebidas, foram recolher o gato.

“Independente do nível de cuidado, de maneira alguma é permitido ter um animal dentro de um estabelecimento de saúde, onde tem pessoas doentes”, disse.

O CCZ ainda explica que a lei do animal comunitário não pode sobrepor uma legislação sanitária e possa oferecer risco à saúde pública. “A gente não recolhe o animal quando ele não representa um risco de saúde pública”, afirmou.

A Secretaria de Saúde concorda com o posicionamento do Centro de Controle de Zoonoses e disse também ter recebido reclamações de pacientes.

'Cadê Juninho?': voluntários fazem campanha para encontrar gato comunitário desaparecido em MG — Foto: Redes Sociais
‘Cadê Juninho?’: voluntários fazem campanha para encontrar gato comunitário desaparecido em MG — Foto: Redes Sociais

De acordo com o Centro de Zoonoses, foi uma situação atípica e eventual a fuga do gato. “Quando a equipe estava chegando próxima ao CCZ, o animal começou a ficar extremamente agitado e nervoso dentro da caixa de transporte. […] Com um movimento muito rápido, ele conseguiu pular a janela do carro”, explicou.

A secretaria ainda afirma que a equipe procurou o animal a tarde toda naquele dia e não o encontrou.

Buscas por Juninho

“Começamos a procurar no mesmo dia, fomos a noite também. Continuamos postando e procurando. [Durante a busca], vimos gato morto, atropelado, salvamos alguns, doamos também. Fomos até em Campestre porque disseram que ele estava lá”, contou uma voluntária.

Diversos voluntários de Poços de Caldas estão em busca de Juninho desde o desaparecimento do felino. No entanto, ninguém ainda há pistas de onde ele possa estar.

Uma protetora da causa animal disponibilizou, a quantia de R$ 2 mil para doar como recompensa para quem encontrar o gato.

'Cadê Juninho?': voluntários fazem campanha para encontrar gato comunitário desaparecido em MG — Foto: Redes Sociais
‘Cadê Juninho?’: voluntários fazem campanha para encontrar gato comunitário desaparecido em MG — Foto: Redes Sociais

“As buscas ao Juninho continuam. Enquanto há fé, há esperança. Não desistam e, por favor, continuem procurando por ele”, pede uma protetora das causas animais.

Os voluntários agora se reúnem para agregar mais valor à oferta de gratificação. O valor será direcionado para quem possa dar notícias sobre o paradeiro do animal.

A divulgação, segundo eles, é uma forma de estimular a “boa vontade” de quem possa ajudar a colocar um “ponto final” nessa história.

Por Júlia Reis

Fonte: g1

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