Cadela da raça galgo resgatada no Chile foi vítima de violência sexual

Cadela da raça galgo resgatada no Chile foi vítima de violência sexual

Poucos dias após a rejeição do projeto de lei que buscava a proibição das corridas de cães no Chile, um novo caso de maus-tratos de animais contra uma cadela da raça galgo tornou-se conhecido. Desta vez, Milagros foi encontrada abandonada no campo, com o focinho amarrado com arame e após ser avaliada por veterinários, constatou-se que também foi vítima de violência sexual. Conversamos com Carolina Solorza, que a resgatou e nos conta sobre seu estado de saúde.

Carolina Solorza, presidente e fundadora da organização FUCANCHILE, conta que foi contatada porque uma cachorra havia sido abandonada no meio de um campo do setor Bramadero, San Clemente. Milagros, como foi batizada, estava deitada no chão, em pleno sol, com o focinho amarrado com arame.

A ativista a pegou e levou para a Clínica Veterinária El Maule, em Linares, onde foi avaliada. Embora a princípio não tenha reagido, ela havia “comido e bebido água inconscientemente por meio da estimulação, e passou a tomar soro”. Durante a noite, o seu estado melhorou, “principalmente a questão da respiração, sendo mais profunda e menos superficial, deram-lhe tratamento para as dores e algumas vitaminas para a fazer sentir-se melhor, e também água. Ela urina e defeca normalmente”.

Milagros ainda está em avaliação, seu estado é crítico, ela não escapou do risco, mas seu padrão respiratório melhorou e ela está progredindo. Os pré-diagnósticos realizados pela clínica veterinária mostraram que Milagros havia sido estuprada, pois “ela tem dificuldade para defecar e se desespera ao tentar colocar-lhe o termômetro. A região perianal foi avaliada, e se houver algum dano, consideramos que existe a possibilidade de ela ter sido estuprada; isso explica seus traumas. Temos tentado integrá-la, torná-la afetuosa, deixá-la muito mais calma, mas ela está com muito trauma”, conforme os funcionários da clínica veterinária disseram a Carolina.

A fundadora da FUCANCHILE acrescenta que “como fundação, estamos muito afetados por este ato horrendo contra Milagros. Já vimos tantas coisas, mas nunca algo tão extremo com aqueles gritos de dor que penetram na alma… Milagros continua em estado grave, mas estável, melhorando muito lentamente, só para lhes dizer que assim que tivermos relatórios, a denúncia será feita no Ministério Público para ver se desatamos esse nó cego tão apertado que temos nas mãos, enquanto toda a nossa alma, energia será para cuidarmos de Milagros, nossos 150 filhos do abrigo e as mais de 100 almas caninas que dependem de todos nós ”.

Por Isabel Pinto / Tradução de Alice Wehrle Gomide

Fonte: Mestizos Magazine

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